Estiagem em SC: município decreta situação de emergência e falta de chuva ameaça agricultura

Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, decretou situação de emergência por conta da estiagem. O documento foi assinado pelo prefeito João Rodrigues na quarta-feira (19).

Chapecó decretou situação de emergência nesta quarta-feira (19)

Chapecó decretou situação de emergência nesta quarta-feira (19) – Foto: Marcos Lewe/ND

O diretor da Defesa Civil Municipal, Walter Parizotto, explica que o impacto maior é na agricultura. “No entanto não há previsão de mudança de cenário pelo menos até o final do mês, o que pode levar a um agravamento da estiagem”, disse Parizotto.

Segundo o diretor, na área urbana, apesar da redução dos volumes nos reservatórios, não há racionamento de água até o momento.

A prefeitura explica que está levando certa de oito cargas de água por dia ao interior do município, o que soma um total de 70 mil litros. Ao todo, são 34 pontos de abastecimento de reservatórios no município, que beneficiam de três a até 100 famílias cada.

Prejuízos na agricultura

O secretário de Agricultura e Pesca, Mauro Zandavalli, destacou que há redução da produtividade nas lavouras de soja, principalmente as que estão no final do ciclo.

Com isso, o aumento de custo de produção pelo transporte de água e, se a estiagem permanecer, há risco de afetar o alojamento de frangos e suínos.

Outras ações para diminuir os efeitos da estiagem estão sendo adotados pela prefeitura, como a perfuração de poços profundos, construção de fontes e instalação de redes de distribuição de água para abastecimento das comunidades rurais.

O decreto assinado na quarta-feira autoriza compras emergenciais para enfrentar a estiagem e reduz a burocracia para que os produtores rurais justifiquem suas perdas junto às instituições bancárias.

Ainda é fundamental que a comunidade colabore para o uso consciente da água.

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Lajeado que abastece Chapecó opera com 50% da capacidade

A escassez de chuvas e as altas temperaturas afetam o nível dos reservatórios de água em cidades do Oeste de Santa Catarina. A represa do Lajeado São José, em Chapecó, opera com 50% da capacidade máxima nesta semana.

A represa do Lajeado São José, em Chapecó, opera com 50% da capacidade máxima nesta semana; estiagem afeta Chapecó

A represa do Lajeado São José, em Chapecó, opera com 50% da capacidade máxima nesta semana – Foto: @dechapeco/ND

O Gerente Regional Oeste da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), Pery Fornari Filho, explica em entrevista ao Balanço Geral Oeste que o cenário é preocupante e o monitoramento é diário.

Conforme Filho, a estiagem ainda não afetou o tratamento e abastecimento de água no município. “Estamos trazendo mais água do rio Tigre para suprir as necessidades de Chapecó, porém é um momento de atenção, tanto nossa quanto da população”.

Empresa adota medida emergencial

A Companhia de Alimentos BRF também adotou medidas emergenciais por conta da seca e passou a captar água para o abastecimento da unidade em Chapecó.

De acordo com a empresa, caminhões transportam a água até o local de armazenamento e tratamento, em conformidade com as recomendações e autorizações dos órgãos públicos.

Municípios do Oeste sofrem com estiagem

O cenário de estiagem não é algo exclusivo de Chapecó. A Casan informou que realiza o transporte de água bruta do Rio Engano, em Itá, para atendimento da população em Seara, onde a barragem de captação apresenta nível baixo e não está suprindo a demanda.

Com isso, Xavantina também está recebendo reforço de água tratada de Seara.

Previsão de chuva para o fim do mês

Conforme a Epagri/Ciram, o outono começa com variação de nuvens e pouca chuva em Santa Catarina, mais concentrada no Planalto ao Litoral.

A previsão de chuva mais abrangente no estado deve ocorrer após o dia 27 de março, com temporais e chuva intensa em algumas localidades, por conta da passagem de uma frente fria e áreas de baixa pressão. Porém, abril começa com tempo seco em Santa Catarina.

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