Por que os americanos estão indo viver com gente com pelo menos o dobro da sua idade


Compartilhamento de moradia se transforma num mercado que beneficia jovens e idosos. A plataforma Nesterly tem expandido seus negócios com uma proposta tentadora: em troca de um aluguel mais em conta, o inquilino se compromete a realizar algumas tarefas domésticas. O arranjo agradou à aposentada Denise Poirier: depois de três décadas de magistério e o fim de um casamento de 28 anos, ela se preparava para vender o imóvel onde morava. Como mostrou a revista “Vox”, a possibilidade de alugar um quarto para alguém jovem que poderia ajudá-la e ainda lhe faria companhia a levou a se inscrever no site, que “deu match” para a professora e Joseph Anzalone, de 20 anos, que conciliava o curso universitário em uma faculdade comunitária e o emprego em tempo integral num hotel.
Noelle Marcus, fundadora e CEO da Nesterly: quartos vagos representam espaço imobiliário ocioso
Divulgação
O interessante sobre a plataforma é que ela não se limita a fazer um cadastro para aproximar proprietários e inquilinos. Seguindo a estrutura de uma rede social, é preciso detalhar as expectativas de cada um sobre a utilização dos espaços comuns, os horários de silêncio, visitas e que tarefas serão realizadas.
Quando Noelle Marcus, fundadora e CEO da Nesterly, estava estudando planejamento urbano no MIT (Massachusetts Institute of Technology), um número chamou sua atenção: toda noite, 54 milhões de quartos ficavam vazios nos lares americanos. “E essa é uma estimativa conservadora. Trata-se de muito espaço imobiliário ocioso”, costuma dizer.
De acordo com o site ApartmentList, cerca de 60% dos domicílios americanos têm pelo menos um cômodo desocupado, principalmente os de baby boomers, cujos filhos saíram de casa. Entre 2017 e 2022, mais de 500 mil famílias passaram a dividir sua residência com pessoas sem qualquer parentesco.
Os benefícios vão além de garantir uma renda extra para os proprietários maduros. Embora as pesquisas sobre a experiência sejam incipientes, especialistas enfatizam que a convivência intergeracional é um instrumento poderoso contra o isolamento social. Nos estudos já realizados, os idosos relatam que se sentem mais conectados e com maior disposição.
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