Caso Adriana Oliveira: o que se sabe sobre o caso da influenciadora morta a tiros em Santa Luzia


Adriana Oliveira, de 27 anos, foi morta a tiros dentro de casa no último sábado (15). O crime aconteceu em Santa Luzia e segue sendo investigado pela Polícia Civil. Investigação da morte de influenciadora digital em Santa Luzia
A Polícia Civil do Maranhão investiga a morte da influenciadora digital Adriana Oliveira, de 27 anos, que foi baleada dentro de casa, em Santa Luzia, a 297 km de São Luís, na noite de sábado (15).
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Antes do crime, Adriana enviou áudios para uma pessoa próxima, relatando estar com medo e mencionando que se sentia ameaçada dentro de sua própria casa. Adriana era bastante conhecida na cidade por compartilhar sua rotina e realizar publicidades em suas redes sociais. O marido e o sogro da vítima foram presos suspeitos do crime.
Veja, abaixo, tudo o que se sabe sobre o caso:
Como o crime aconteceu?
Quem são os suspeitos?
Quem era a vítima?
O que diz a investigação?
O que ainda falta esclarecer?
1- Como o crime aconteceu?
A influenciadora digital Adriana Oliveira, de 27 anos, foi morta a tiros dentro de sua casa em Santa Luzia, a 297 km de São Luís, nesse sábado (15).
Em depoimento, o marido declarou que estava presente no momento do crime, mas não foi atingido. Ele relatou que um homem em uma motocicleta entrou na casa e disparou três tiros contra Adriana, atingindo sua cabeça, e fugiu logo após o ataque.
2 – Quem são os suspeitos?
O marido da vítima, Valdiley Paixão Campos, e o pai dele, Antônio do Zico, sogro de Adriana, são os principais suspeitos do crime
Reprodução/Redes Sociais
O marido da vítima, Valdiley Paixão Campos, de 37 anos, e o pai dele, Antônio Silva Campos, conhecido como Antônio do Zico, sogro de Adriana, foram presos no domingo (16) como principais suspeitos do crime.
Pai e filho foram encaminhados ao Sistema Penitenciário de Santa Inês, onde passaram por uma audiência de custódia na segunda-feira (17). Durante a audiência, a prisão em flagrante foi convertida para prisão preventiva.
Contradições nos depoimentos e análise de imagens de câmeras de segurança, levaram a Polícia Civil do Maranhão a prender o marido e o sogro de Adriana Oliveira. Além disso, em áudios, a vítima relatou estar “trancada” em casa.
“A forma como ele [o marido] descreveu os eventos e o horário em que ocorreram [o crime] não condizem com as evidências coletadas no local. Além disso, constatamos que as condições de segurança na área estavam diferentes do habitual”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Manoel Oliveira.
➡️ CONTRADIÇÃO EM DEPOIMENTO: O marido de Adriana relatou à polícia que um homem teria chegado na casa do casal em uma motocicleta, entrado no imóvel, atirado contra Adriana e fugido. Entretanto, câmeras de segurança próximas ao local e, analisadas pela polícia, não conseguiram comprovar a versão contada por Valdiley.
➡️ COMPORTAMENTO SUSPEITO DO MARIDO: De acordo com o delegado-geral Manoel Almeida, após a influenciadora ter sido baleada, o marido teria prontamente acionado a Polícia Militar, em vez de acionar o Serviço Móvel de Urgência e Emergência (SAMU), para que pudesse prestar socorro à vítima. Isso teria gerado nos policiais uma desconfiança sobre o comportamento dele.
➡️ ÁUDIOS DA VÍTIMA: Além disso, áudios da vítima em que ela diz, a uma pessoa não identificada, estar trancada em um quarto com medo na sua própria casa, ajudaram a reforçar a hipótese da suposta participação do marido no crime.
O delegado-geral afirma, ainda, que, diante das provas apresentadas inicialmente, há “indícios fortes” de que Valdiney e Antônio participaram do crime.
“Hoje temos indícios fortes de que tanto ele quanto o sogro da vítima têm participação nesse crime”, destacou o delegado.
A Polícia Civil aguarda a decisão da Justiça sobre a quebra de sigilo dos celulares dos suspeitos, que foram apreendidos. A expectativa é que os aparelhos contenham informações que ajudem a revelar o motivo do crime.
A polícia trata o caso como feminicídio, devido à gravidade das circunstâncias envolvendo a morte de Adriana. Ainda não há informações sobre a motivação do crime.
O g1 entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
3 – Quem era a vítima?
Influenciadora Adriana Oliveira foi morta a tiros no sábado (15)
Reprodução/Redes Sociais
Adriana era conhecida desde a infância por muitos moradores de Santa Luzia, onde cresceu. Na cidade, ela formou família, teve um filho, e se destacava pelo bom humor.
“Adriana foi uma mulher sensacional, cheia de sonhos e que fazia todos sorrirem com seu jeito único de ser. Conheci ela desde criança. Alegre, sincera, autêntica, sendo que ela nunca deixou de cumprimentar um dia sequer ninguém, sempre com sorriso no rosto”, conta Géssica Guimarães, amiga de Adriana.
Adriana era dona de casa, mas, nos últimos anos, também passou a se dedicar às redes sociais e produzia vídeos para os seguidores, sempre com tom bem-humorado, sobre situações do cotidiano ou em publicidades para lojistas locais.
Uma das amigas mais presentes em vídeos com Adriana era Alexandra Alves, que fez várias declarações nas redes sociais sobre a perda da companheira.
“Meu coração está doendo tanto. Como eu queria que fosse mentira (…) Eu sei e você vai contagiar a todos no céu com sua alegria ! Lhe vi nascer e crescer, e vou lhe guardar para sempre no coração! (…) Sua partida foi precoce, inesperada, mas creio que Deus apontará o culpado e a justiça será feita”, declarou Alexandra, nas redes sociais.
4 – O que diz a investigação?
A polícia trata o caso como feminicídio, devido à gravidade das circunstâncias envolvendo a morte de Adriana.
As investigações apontam para um comportamento suspeito do marido de Adriana Oliveira logo após o crime. Segundo o delegado-geral Manoel Almeida, ao invés de acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para tentar salvar a influenciadora, ele entrou em contato diretamente com a Polícia Militar. Isso teria gerado nos policiais uma desconfiança sobre o comportamento dele.
“Assim que soube do ocorrido, ele primeiro comunicou a polícia e não prestou socorro à vítima, o que é incomum em situações desse tipo, aliado aos áudios que a vítima vinha divulgando antes do crime”, completou o delegado Manoel Almeida.
Além disso, áudios da vítima em que ela diz, a uma pessoa não identificada, estar trancada em um quarto com medo na sua própria casa, ajudaram a reforçar a hipótese da suposta participação do marido no crime.
Desde sábado (15), a Polícia Civil vem ouvindo testemunhas e apurando detalhes do crime. Inicialmente, o marido e o sogro de Adriana foram apenas ouvidos e liberados. No entanto, à medida que as investigações avançaram, a polícia passou a tratá-los como suspeitos e decretou suas prisões.
Segundo a coordenadora das Delegacias da Mulher do Maranhão, Kazumi Tanaka. A próxima etapa será colher o depoimento de mais testemunhas e analisar novos elementos que possam surgir ao longo do processo.
“Espero que possamos demonstrar à população que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo Estado em intervir preventivamente neste tipo de crime, haverá punição”, diz a delegada Kazumi Tanaka.
5 – O que ainda falta esclarecer?
A polícia ainda trabalha para identificar quem efetuou os disparos, se há outras pessoas envolvidas no crime e todas as circunstâncias do assassinato.
O possível envolvimento de terceiros e a motivação exata do crime também ainda estão sob investigação.
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