Segundo a instituição, há apenas oito intérpretes no quadro de funcionários e a demanda é grande. Familiares e colegas da estudante decidiram arcar com os custos de professional para que a estudante não perca o conteúdo. Intérpretes de libras são insuficientes para a demanda por acessibilidade na UFPI
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) não está disponibilizando um intérprete de libras para a estudante Ana Beatriz Aragão, de 20 anos, aluna do primeiro período do curso de arquitetura e urbanismo da instituição. Sensibilizados, familiares e colegas de curso se juntaram para pagar um profissional para que a jovem possa acompanhar as aulas e não seja prejudicada.
Por meio de um intérprete, a estudante desabafou sobre a situação. “Quando eu cheguei aqui não tinha acessibilidade em libras. Me senti muito prejudicada nesse sentido. Minha mãe que sempre auxiliou alguém para estar aqui junto para fazer essa acessibilidade”, contou.
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Ana Beatriz espera que a universidade também se sensibilize da importância de contratar um intérprete quanto antes. “Para [eu] conseguir fazer de fato esse curso. Minha vontade é de permanecer, não estou com o intuito de desistir”, declarou.
A UFPI informou que o principal problema para a contratação é que o cargo de intérprete de libras foi extinto durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, por isso, não é possível fazer concurso público. Além disso, a instituição afirmou que a falta de previsão de orçamento para este ano impossibilita a realização de um seletivo (veja o restante do posicionamento da universidade abaixo).
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‘Alegria da aprovação se tornou tristeza’
A jovem relatou que é a mãe quem tem desde o início se mobilizado para garantir que ela tenha acessibilidade dentro da universidade. “Foi uma alegria quando ele foi aprovada, mas quando vimos essa situação foi uma tristeza, ela chorou muito e quis desistir”, contou Maria Aparecida Aragão.
“Ela entrou pelo sistema de cotas para pessoas com deficiência, como eles abrem vaga para se não há profissionais para acompanhar esses alunos?”, questionou.
“A frustração foi que em uma instituição de magnitude como a UFPI não ter a acessibilidade que a gente esperava. Nós não imaginávamos que teria essa ausência do intérprete em sala de aula, porque nós já tínhamos falado com o núcleo de acessibilidade”, completou a mãe.
Colegas fazem vaquinha para intérprete
Outros alunos se uniram para garantir que a colega não perdesse o conteúdo, organizando uma vaquinha para custear profissionais, que cobram cerca de R$ 150,00 por hora. Para cobrir a carga horária do curso, muitas vezes é necessária a contratação de dois profissionais.
“A gente se juntou e divulgou nas redes sociais para que tivesse um alcance maior e mais pessoas pudessem ajudar a gente nessa questão”, afirmou o estudante Emanuel Gomes.
Questão burocrática
O professor Fábio Passos, coordenador da Coordenação de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA), explicou que há também uma questão burocrática.
“Não tem o que a gente fazer. É uma estrutura. Tem processos licitatórios, tem abertura de editais, toda uma demanda que a gente precisa ter todo um rito dentro da universidade, além de busca de códigos de vagas que a gente possa abrir esses concursos”, afirmou.
O professor explicou que está sendo avaliada a contratação temporária de um intérprete. “Estamos fazendo todo o esforço. Estamos nos comunicando desde quando soubemos dessa situação quando ela foi aprovada. Todos estamos imbuídos de conseguir solucionar essa demanda”, disse.
“Era para isso ter sido solucionado um mês atrás, mas a intenção é que seja resolvido nessa semana, não é uma promessa, é um esforço contínuo que a universidade está fazendo”, completou.
*Estagiária sob supervisão de Lucas Marreiros.
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A Universidade Federal do Piauí (UFPI) não está disponibilizando um intérprete de libras para a estudante Ana Beatriz Aragão, de 20 anos, aluna do primeiro período do curso de arquitetura e urbanismo da instituição. Sensibilizados, familiares e colegas de curso se juntaram para pagar um profissional para que a jovem possa acompanhar as aulas e não seja prejudicada.
Por meio de um intérprete, a estudante desabafou sobre a situação. “Quando eu cheguei aqui não tinha acessibilidade em libras. Me senti muito prejudicada nesse sentido. Minha mãe que sempre auxiliou alguém para estar aqui junto para fazer essa acessibilidade”, contou.
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Ana Beatriz espera que a universidade também se sensibilize da importância de contratar um intérprete quanto antes. “Para [eu] conseguir fazer de fato esse curso. Minha vontade é de permanecer, não estou com o intuito de desistir”, declarou.
A UFPI informou que o principal problema para a contratação é que o cargo de intérprete de libras foi extinto durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, por isso, não é possível fazer concurso público. Além disso, a instituição afirmou que a falta de previsão de orçamento para este ano impossibilita a realização de um seletivo (veja o restante do posicionamento da universidade abaixo).
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‘Alegria da aprovação se tornou tristeza’
A jovem relatou que é a mãe quem tem desde o início se mobilizado para garantir que ela tenha acessibilidade dentro da universidade. “Foi uma alegria quando ele foi aprovada, mas quando vimos essa situação foi uma tristeza, ela chorou muito e quis desistir”, contou Maria Aparecida Aragão.
“Ela entrou pelo sistema de cotas para pessoas com deficiência, como eles abrem vaga para se não há profissionais para acompanhar esses alunos?”, questionou.
“A frustração foi que em uma instituição de magnitude como a UFPI não ter a acessibilidade que a gente esperava. Nós não imaginávamos que teria essa ausência do intérprete em sala de aula, porque nós já tínhamos falado com o núcleo de acessibilidade”, completou a mãe.
Colegas fazem vaquinha para intérprete
Outros alunos se uniram para garantir que a colega não perdesse o conteúdo, organizando uma vaquinha para custear profissionais, que cobram cerca de R$ 150,00 por hora. Para cobrir a carga horária do curso, muitas vezes é necessária a contratação de dois profissionais.
“A gente se juntou e divulgou nas redes sociais para que tivesse um alcance maior e mais pessoas pudessem ajudar a gente nessa questão”, afirmou o estudante Emanuel Gomes.
Questão burocrática
O professor Fábio Passos, coordenador da Coordenação de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA), explicou que há também uma questão burocrática.
“Não tem o que a gente fazer. É uma estrutura. Tem processos licitatórios, tem abertura de editais, toda uma demanda que a gente precisa ter todo um rito dentro da universidade, além de busca de códigos de vagas que a gente possa abrir esses concursos”, afirmou.
O professor explicou que está sendo avaliada a contratação temporária de um intérprete. “Estamos fazendo todo o esforço. Estamos nos comunicando desde quando soubemos dessa situação quando ela foi aprovada. Todos estamos imbuídos de conseguir solucionar essa demanda”, disse.
“Era para isso ter sido solucionado um mês atrás, mas a intenção é que seja resolvido nessa semana, não é uma promessa, é um esforço contínuo que a universidade está fazendo”, completou.
*Estagiária sob supervisão de Lucas Marreiros.
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