Forever 21 pede falência nos EUA e cita desafios criados por concorrência dos e-commerces estrangeiros


Pedido acontece pouco mais de cinco anos depois de sair de seu primeiro pedido de recuperação judicial. Antiga loja da Forever 21 no Brasil
Suelen Gonçalves/G1 AM
A operadora da Forever 21, marca de moda do estilo fast fashion, entrou com um pedido de falência nos Estados Unidos pouco mais de cinco anos depois de seu primeiro pedido de recuperação judicial.
A empresa F21 OpCo, que é a responsável pelas operações da marca nos EUA, será liquidada – processo em que os ativos da companhia são vendidos integralmente para arcar com suas dívidas, com a venda de lojas ou promoções para queima de estoque, por exemplo. A decisão foi tomada porque a empresa não conseguiu encontrar um comprador para suas 350 lojas no país.
A Forever 21 sofre, há anos, com a queda no movimento de suas lojas em shoppings, principalmente durante a pandemia, além da forte concorrência das gigantes varejistas online, como as asiáticas Shein e Temu.
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Apesar da liquidação da empresa operadora, a marca Forever 21 e seus direitos de propriedade intelectual, que pertencem ao grupo Authentic Brands Group, podem continuar existindo de outra forma, caso outras empresas se interessem pelo negócio,
O diretor financeiro da Forever 21, Brad Sell, disse, em entrevista ao jornal Wall Street Journal que a empresa “não conseguiu encontrar um caminho sustentável para o futuro, dada a concorrência de empresas estrangeiras de fast fashion, que conseguiram tirar vantagem da isenção de minimis para prejudicar nossa marca em preços e margem”.
Em 2019, a empresa já havia recorrido ao “Capítulo 11” da lei americana de falências, que permite manter o controle e posse de seus bens enquanto administra uma reestruturação – situação similar à recuperação judicial prevista nas leis brasileiras.
Na época, a Forever 21 informou que fecharia entre 300 e 350 lojas em todo o mundo, incluindo 178 somente nos Estados Unidos.
“Como parte da estratégia de reestruturação, a companhia planeja sair da maioria de suas localizações internacionais na Ásia e na Europa, mas continuará suas operações no México e na América Latina”, dizia o comunicado da empresa.
Fundada em Los Angeles em 1984 pelo casal sul-coreano Do Won e Jin Sook Chang, a Forever 21 se tornou uma das lojas favoritas das adolescentes nos Estados Unidos, ao oferecer roupas similares às de grandes marcas de moda a preços acessíveis.
Competindo com empresas como H&M e Zara, a rede iniciou uma expansão agressiva no setor de roupa masculina e calçados após a crise econômica de 2008.
Mas os analistas consideram que a Forever 21 falhou no momento de reagir ao avanço das vendas online, assim como ao impacto da mudança de atitude dos consumidores pelo impacto no meio ambiente das redes “fast fashion” e sua preocupação com as condições de trabalho nas fábricas que elaboram seus produtos, destaca a agência France Presse.
Desde 2017, mais de 20 varejistas já entraram com pedido de recuperação judicial nos EUA, incluindo a Sears e a Toys ‘R’ US.
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