
Previsão é que o nível continue a subir, e a Defesa Civil já alerta para a possibilidade de o rio ultrapassar os 15 metros no fim de semana. Rio Acre oscila e famílias são encaminhadas ao abrigo no Parque Wildy Viana
Luana Rodrigues/Rede Amazônica
O Rio Acre na capital acreana mantém o ritmo de subida e já atinge 700 famílias em 13 bairros de Rio Branco, de acordo com dados da Defesa Civil Municipal. As primeiras famílias começaram a ser encaminhadas para o abrigo no Parque de Exposições Wildy Viana.
O governador Gladson Camelí, a vice-governadora Mailza Assis se reuniram com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (13) para pedir apoio do governo federal, caso a situação se agrave nos próximos dias.
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Pela manhã, o nível do Rio Acre registrou 14,34 metros às 6h. Às 9h, o rio havia subido para 14,37 metros e, ao meio-dia, alcançou a marca de 14,42 metros. Às 18h, o rio marcou 14,51 metros.
A previsão é que o nível continue a subir, e a Defesa Civil já alerta para a possibilidade de o rio ultrapassar os 15 metros no fim de semana , atingindo mais de 20 bairros e afetando mais de 3 mil famílias.
“Infelizmente, nesse final de semana, no sábado ou mesmo no domingo, poderemos alcançar uma marca mais preocupante que é de 15 metros. A partir de agora, o Parque está pronto”, explicou o coordenador da Defesa Civil, coronel Cláudio Falcão.
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, garantiu que todas as famílias que precisarem de abrigo, terão um bom atendimento no Parque de Exposições.
“A gente está pronto aqui para atender, da melhor forma possível, as pessoas que estão sendo atingidas, pelas águas do Rio Acre. Vamos fazer o acolhimento, cuidar da alimentação adequada, com qualidade, quentinha, encaminhar para a saúde, fazer atividade com as crianças, nosso Criança Feliz vai estar aqui também”, informou ele.
Boxes já estão prontos para receber desabrigados pela cheia do Rio Acre
Assecom
No local, 60 abrigos já estão prontos, e equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana atuam para erguer mais boxes. Além disso, o parque foi estruturado para oferecer atendimentos específicos, como espaços reservados para idosos, indígenas e até para acolhimento de animais.
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Além da preocupação com as famílias, a cheia do Rio Acre também pode impactar o início do ano letivo. O vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, destacou que, embora a previsão seja para o início das aulas no próximo dia 17 de março, o aumento do volume das águas pode afetar algumas escolas, dificultando o acesso de alunos e profissionais da educação.
“A princípio, nós estamos com a programação toda pronta para iniciar o ano letivo no dia 17 de março, mas diante desse aumento do volume das águas, isso pode chegar em algumas escolas prejudicando os alunos e consequentemente os profissionais. A gente faz uma reprogramação desse início, mas a princípio está tudo mantido para começar dia 17″, afirmou o secretário.
Primeiras famílias são deslocadas nesta quinta-feira (13) para o Parque de Exposições
Assecom
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, tranquilizou as famílias que vivem às margens do Rio Acre e garantiu assim como as últimas quatro grandes enchentes enfrentadas na sua gestão, o atendimento e acolhimento as vítimas da alagação, será como nos anos anteriores.
“Os boxes já estão prontos aqui, tudo arrumadinho, pronto para receber essas famílias. A gente sente muito o que está acontecendo. Infelizmente natureza é natureza, vai ser a quinta alagação que a gente pega. Ainda hoje começarão a ser retiradas as famílias que estão pedindo, umas vão para casas de parente, outras vêm para cá”, disse ele.
Governador Gladson Camelí e vice-governadora Mailza Assis estiveram reunidos com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para solicitar ajuda federal
Yasmin Fonseca/MIDR
Ajuda
O governo do Acre solicitou apoio federal devido à cheia dos rios na região. Em reunião em Brasília (DF) com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o governador Gladson Cameli e a vice-governadora Mailza Assis discutiram a possibilidade de transbordamentos e pediram ajuda, caso a situação piore.
“Nossa vinda a Brasília é para mostrar a situação que estamos enfrentando no Acre e pedir ajuda do governo federal, que sempre tem sido um grande parceiro em momentos difíceis. No ano passado passamos por uma grande cheia e, caso isso venha a se repetir, queremos estar prontos para atender à população com dignidade”, afirmou o governador.
A vice-governadora explicou ao ministro Waldez Góes que no último dia 10 de março o Acre decretou situação de emergência em razão da elevação do nível dos principais rios do Acre. A medida tem validade de 180 dias.
“Essa é uma ação necessária para darmos uma resposta rápida no atendimento às pessoas. Temos dado todo o apoio, e destaco nossa atuação em relação às famílias de indígenas desabrigados pela cheia do Rio Acre. Elas estão sendo acolhidas da melhor maneira possível”, declarou Mailza, que também é secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.
Cheia Rio Acre em Rio Branco
Pedro Devani/ Secom
Rio Acre
Após dois dias de redução, o Rio Acre voltou a subir na capital nesta quinta-feira (13), segundo a Defesa Civil Municipal. De acordo com Falcão, a elevação deve continuar a partir desta quinta.
O principal motivo desta previsão é o volume de chuvas que tem atingido o manancial em outros municípios do interior, como Brasiléia e Assis Brasil, desde a terça-feira. Essas águas chegam, gradativamente, até a capital.
“Na bacia toda nós tivemos muitas chuvas, em Brasiléia, Assis Brasil, e isso tudo deve influenciar aqui em Rio Branco nas próximas horas. Essa água, desde terça-feira, ela deve chegar por volta da noite de hoje (quinta-feira, 13), e a chuva de ontem, quarta-feira, deve chegar na noite de sexta (14). Então, nós estamos trabalhando para lidar com todas essas situações”, explicou.
Bairros afetados em Rio Branco:
Base
Airton Sena
Cadeia Velha
6 de agosto
Baixada da Habitasa
Cidade Nova
Triângulo
Taquari
Palheiral
Aeroporto Velho
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Rios no interior
Em Porto Acre, o rio continua acima da cota de transbordamento, com 12,81m na medição das 6h, mas também com redução de 3cm em comparação com a última medição. De acordo com o governo o estado, o transbordamento também continua em Plácido de Castro, com aumento de 5,94 metros, chegando a 18,85 metros.
Na Bacia do Rio Acre o nível do rio está abaixo da cota de transbordamento nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba.
Na Bacia do Rio Purus, Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus também estão abaixo da cota de transbordamento. Na Bacia do Rio Juruá, o município de Cruzeiro do Sul atingiu 13,33m, ultrapassando a cota de transbordamento, que é de 13m. Com a elevação do rio, as autoridades reforçam a necessidade de atenção redobrada, especialmente para as famílias ribeirinhas.
Já na bacia dos rios Tarauacá-Envira, o nível está abaixo da cota de transbordamento em Feijó, Tarauacá e Jordão.
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