Polícia inicia 2ª fase de operação que apura favorecimento familiar em contratos de lixo em SC

A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (13), a segunda fase da operação Hereditarium, que investiga um possível esquema de favorecimento familiar em contratos de coleta de lixo em Pomerode, no Vale do Itajaí.

A imagem mostra policiais em frente a sede do Samae de Pomerode durante a segunda fase da operação que investiga o superfaturamento e contratos emergenciais na coleta de lixo

Operação apura contrato de lixo em Pomerode – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

A investigação iniciou em julho do ano passado e apontou que duas empresas da mesma família foram contempladas com os contratos.

Segundo a Polícia Civil, o Samae deixou de renovar o contrato com a empresa responsável pela coleta de lixo, contratada via licitação e realizou a contratação emergencial de uma outra empresa, ambas da mesma família.

Nesta segunda fase, a polícia realizou buscas contra outros envolvidos que ajudaram com o sucesso da contratação emergencial ilegal. As buscas se concentraram na sede do Samae, na casa de um ex-servidor e de duas pessoas ligadas à empresa que presta serviço de coleta de lixo orgânico para Pomerode.

De acordo com a polícia, os envolvidos teriam auxiliado em orçamentos intencionalmente mais caros que aquele oferecido pela empresa contratada, além da adequação dos requisitos de habilitação técnica – como atestados de capacidade técnica – ao empresário que o esquema teve intenção de contratar.

Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca domiciliar, nas cidades de Pomerode e Joinville. A partir de agora, a Polícia Civil vai realizar depoimentos e interrogatórios para concluir a investigação e apresentar o inquérito policial ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

Em nota enviada ao ND Mais, a Prefeitura de Pomerode reforçou que o Samae é uma autarquia com administração independente, mas que está comprometida com a transparência e a integridade na gestão pública.

“A administração municipal permanece à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações e reforça seu compromisso com a legalidade e a ética na gestão dos serviços públicos”.

Contratos emergenciais ilegais na coleta de lixo

A investigação mostrou que a proprietária da empresa contratada sem licitação em 2021 era mãe da dona da empresa escolhida no ano de 2024, novamente sem licitação.

A Polícia Civil ainda identificou que em 2022 foi aberta uma licitação para a prestação do mesmo serviço, com preço fixado em R$ 204 por tonelada de lixo recolhido.

Em 31 de maio de 2024, a autarquia deixou de renovar o contrato licitado, para realizar uma contratação sem licitação, com preço fixado em R$ 350 por tonelada, o que segundo a polícia, mostrou um superfaturamento do serviço em aproximadamente 71%.

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