
IPCA divulgado nesta quarta-feira (12) aponta aumento de 15% no valor do insumo. Açúcar, chocolate e leite condensado também ficaram mais caros. Reajuste, normalmente feito em abril por produtores, foi anunciado com um mês de atencedência. Preço do ovo dispara e impacta doceiras de Pelotas
Os tradicionais doces de Pelotas devem ficar mais caros a partir de março. A Associação dos Produtores de Doces da cidade da Região Sul do RS anunciou, após reunião nesta quarta-feira (12), que o produto terá aumento de R$ 1 e passará a custar R$ 7,50 nas lojas associadas.
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Segundo a presidente da associação, Simone Bica, o aumento se deve à alta em insumos usados na fabricação dos doces, principalmente o ovo. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta, o ovo ficou 15% mais caro nos supermercados em fevereiro em relação a janeiro. Saiba mais abaixo.
“Fazemos um aumento por ano, geramlente em abril. Neste ano, não conseguimos esperar e tivemos que nos reunir em março para poder seguir trabalhando. Tudo subiu, mas o ‘boom’ é por causa do ovo. Açúcar, leite condensado, nozes, morango, todos vão nos nossos produtos e vêm subindo gradualmente desde o ano passado”, avalia.
Doces de Pelotas fizeram com que a região ficasse conhecida como a ‘terra do doce’
Prefeitura de Pelotas/Divulgação
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Em Pelotas, os doces têm status de patrimônio imaterial da cidade, que é reconhecida como a capital nacional do doce. Em janeiro, segundo os doces, as indústrias pagavam em torno de R$ 165 pela caixa com 432 ovos. Em fevereiro, o preço chegou a R$ 235, um aumento de mais de 40%.
O último reajuste no preço dos doces de Pelotas aconteceu em junho de 2024. O aumento do ano passado foi de R$ 0,50 (de R$ 6 para R$ 6,50). Agora, foi preciso subir o dobro.
“Ou a gente tenta segurar a margem mais baixa, perde de vender e com isso pode ter desemprego, ou repassa para o consumidor”, avalia o empresário David Jeske.
Entenda os motivos que fizeram o preço do ovo disparar
Por que o ovo ficou mais caro?
Especialistas dizem que o aumento é impulsionado pelo custo do milho, calor intenso e demanda aquecida na Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa. Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha.
Segundo produtores, o preço deve se normalizar até o fim da Quaresma. Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha e aumenta a demanda por ovo. Por outro lado, economista aponta que a forte demanda pode continuar após esse período.
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