Inpe: alertas de desmatamento na Amazônia alcançam menor valor histórico para fevereiro


Quando comparada ao ano passado, taxa representa uma queda de 64,3%, com 81 km² desmatados no mês – área semelhante à da cidade de Vitória (ES). Por outro lado, Cerrado segue com números elevados, mesmo com redução de 24% no período. Foto aérea mostra uma área desmatada durante uma operação de combate ao desmatamento perto de Uruara, no Pará, em 21 de janeiro de 2023.
Reuters
A área desmatada na Amazônia foi de 9.001 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023 (o equivalente ao tamanho do Líbano, aproximadamente), de acordo com números oficiais do governo federal divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal atingiram seu menor valor histórico para um mês de fevereiro.
De acordo com dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados apenas 81 km² de áreas desmatadas no mês em 2025, o menor índice para fevereiro desde o início da série histórica em 2016.
O número é semelhante à extensão territorial do município de Vitória (ES), a menor capital do Brasil em área.
A taxa representa também uma queda expressiva de 64,3% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram detectados 227 km² de desmatamento.
🌱 ENTENDA: A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área total de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
E segundo os números do sistema, a redução do desmate é ainda mais significativa quando comparada ao pico registrado em fevereiro de 2023, quando 322 km² foram desmatados – uma diminuição de 74,8% (veja gráfico abaixo).

Já quando levamos em conta os dados do último mês distribuídos por estados, o Mato Grosso lidera com 29 km² desmatados, seguido por Roraima com 18 km², Pará com 15 km² e Amazonas com 11 km².
O governo federal atribui a queda do desmatamento a um conjunto de medidas intensificadas nos últimos meses, como o aumento da fiscalização, o combate a crimes ambientais e o fortalecimento de políticas de preservação.
No entanto, especialistas alertam que oscilações nos dados mensais são comuns e que o cenário a longo prazo ainda depende de um monitoramento contínuo e de investimentos estruturais na proteção da Amazônia.
Realidade diferente no Cerrado
Por outro lado, enquanto a Amazônia celebra avanços na proteção ambiental, o cenário no Cerrado permanece preocupante, ainda de acordo com dados do Inpe.
Embora fevereiro de 2025 tenha registrado uma queda de 24% no desmatamento em comparação com o mesmo período de 2024 – com 494 km² contra 655 km² – os números ainda são considerados bastante elevados para o bioma (veja gráfico abaixo).

Os estados do Piauí (118,1 km²), Bahia (104,71 km²) e Tocantins (97,45 km²) lideram o ranking de áreas desmatadas, concentrando a maior parte da devastação.
Em contrapartida, estados como Mato Grosso (52,81 km²) e Maranhão (57,4 km²) apresentam índices menores, porém ainda significativos.
Deter x Prodes
Os alertas de desmatamento são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
O Deter, contudo, não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.
A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.
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