Dá para passar em um concurso público com dois meses de estudo?

Vários concursos são divulgados ao longo do anoReprodução

A preparação para concursos públicos exige dedicação, foco e tempo, e, muitas vezes, dois meses pode parecer um prazo apertado para muitos candidatos. Com a alta demanda de provas em diversas áreas, cada vez mais pessoas buscam a aprovação em prazos cada vez mais curtos. Para aqueles que se deparam com editais divulgados com apenas oito semanas de antecedência, surge a dúvida: é possível garantir a aprovação em tão pouco tempo?

A resposta a essa pergunta pode variar de acordo com o perfil de cada candidato e o tipo de concurso.

Quando se trata de um certame mais técnico ou que exige conhecimentos aprofundados, os candidatos que já possuem uma base sólida de estudos têm uma vantagem em relação aos que se preparam de maneira mais emergencial.

“Para uma pessoa passar em um concurso estudando dois meses é difícil, na maioria das vezes. Geralmente, as pessoas já vêm se preparando, né? São os ditos concurseiros. Quando elas estão estudando concurso, já [o fazem] há um tempo. E aí, o edital sai, eles vão lá e parecem que estudaram dois meses. Falo isso em concursos que exigem um alto grau de conhecimento”, comenta o professor Marcelo Cerdan, doutor em História pela Unesp e especialista em cursos preparatórios para concursos públicos e vestibulares, ao Portal iG.

A preparação para concursos públicos, especialmente aqueles que exigem um vasto conhecimento, não se resume apenas a aprender a teoria.

Muitos candidatos que já estudam há um tempo acabam entrando no ritmo do “intensivão” ao se aproximar da data da prova, quando o edital é publicado e o tempo é mais restrito. Mesmo que o candidato tenha pouco tempo, uma estratégia bem elaborada de revisão intensiva pode ser útil.

“Quem estuda muito tempo e faz o intensivão tem vantagem sobre quem só faz o intensivão, ou uma pessoa que só estudou a vida toda. O intensivão serve mais para revisar as matérias. Não tem como, porque imagina um concurso que cai português, cai, às vezes, matemática, legislação local, história local, às vezes, cai conhecimentos gerais, isso é acumulação”, afirma o professor.

Porém, é importante ressaltar que o tempo disponível para o estudo não é o único fator que deve ser considerado na preparação para concursos públicos.

A qualidade do estudo, a técnica de resolução de questões e o grau de conhecimento prévio do candidato também são determinantes. Quando se analisa os concurseiros, deve-se levar em conta que nem todos partem do mesmo ponto de partida.

“Tudo depende do grau de conhecimento do concurseiro e de qual concurso ele está participando. Uma pessoa formada em Direito, por exemplo, presta concurso para serviços gerais em uma cidade de 25 mil habitantes, ele pode nem precisar estudar, porque carrega um grau de conhecimento muito alto. Então temos também que pontuar que cada concurso exige uma dificuldade”, comenta Cerdan.

O tempo disponível para o estudo pode influenciar bastante a preparação para concursos, mas o grau de dificuldade de cada certame também pode ser um fator decisivo.

Concursos mais técnicos, que exigem uma formação específica, como os que envolvem áreas de Direito, Medicina ou Engenharia, por exemplo, demandam uma preparação mais profunda e, em muitos casos, um período maior de estudos. Já concursos para funções mais simples podem ser mais acessíveis para quem tem um conhecimento prévio.

Além disso, muitos candidatos contam com cursos preparatórios, seja para uma revisão final ou para uma preparação mais estruturada.

Esses cursos, embora com duração variada, geralmente oferecem materiais atualizados, simulados e acompanhamento de professores, o que ajuda a otimizar o tempo de preparação. Mas, como o próprio professor Cerdan destaca, o tempo de estudo é apenas um dos muitos fatores que determinam o sucesso em concursos públicos.

Dicas para se preparar para um concurso

Saiba como organizar os estudosReprodução

A primeira dica essencial é fazer uma análise detalhada do edital, pois ele é o ponto de partida para definir quais são as disciplinas mais importantes e quais conteúdos têm maior peso na prova. Isso ajuda a criar um plano de estudos mais direcionado, evitando perder tempo com tópicos menos relevantes.

Outro ponto é organizar um cronograma de estudos. Defina horários fixos para cada disciplina, equilibrando as matérias que têm mais e menos dificuldade. Manter uma rotina consistente aumenta a produtividade e facilita a assimilação dos conteúdos. No entanto, é importante que o cronograma seja flexível, permitindo ajustes conforme a necessidade.

Além disso, é fundamental diversificar as fontes de estudo. Utilizar livros, videoaulas, apostilas e até mesmo cursos preparatórios pode ajudar a entender os conteúdos de diferentes ângulos.

Não subestime o poder das questões de concursos passados. Resolver essas questões ajuda a familiarizar-se com o estilo das provas e a identificar quais temas são mais cobrados, além de permitir a revisão de conteúdo de maneira prática.

A técnica de revisão também é imprescindível. Não basta estudar uma vez e esperar que a informação seja retida para sempre. É importante revisar constantemente o conteúdo aprendido, especialmente nas semanas que antecedem a prova.

Utilize resumos, mapas mentais e flashcards, que são formas eficientes de revisar de maneira rápida e eficaz.

Outra dica importante é priorizar a prática. Ao longo dos estudos, não se limite apenas à teoria. A resolução de questões, simulados e a revisão das respostas ajudam a fixar o conteúdo e a melhorar o desempenho na prova.

Além disso, o cuidado com a saúde física e mental não pode ser negligenciado. O estudo intenso pode ser desgastante, então, reservar momentos para descansar, se alimentar bem e praticar atividades físicas contribui para manter o foco e a energia. O equilíbrio entre o estudo e o lazer é essencial para evitar o esgotamento mental.

Finalmente, é importante manter a motivação alta. Estudar para concursos pode ser um processo longo e desafiador, mas é necessário perseverar. Ter um objetivo claro e se lembrar do motivo pelo qual você decidiu seguir esse caminho pode ajudar a manter o foco nos momentos de dificuldade.

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