Morte de trabalhador em mina: Perícia do Itep busca identificar se houve negligência, erro humano ou falha técnica


Francisco das Chagas, de 52 anos, chegou a ser socorrido nesta segunda (10), mas não resistiu. Mineradora infornou que ele usava todos os equipamentos de segurança. Polícia Civil investiga caso. Perícia do Itep na mina onde trabalhador morreu nesta segunda-feira (10)
Itep/Divulgação
O Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) realizou uma perícia na mina de exploração de scheelita onde um trabalhador de 52 anos morreu após o desmoronamento de uma rocha. O caso aconteceu nesta segunda-feira (10) em Currais Novos, na região do Seridó potiguar.
Segundo o órgão, o objetivo da análise é esclarecer as circunstâncias do acidente e identificar fatores que possam ter contribuído com o incidente.
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“Durante esse tipo de investigação, são avaliados aspectos estruturais da mina, como a estabilidade do solo e a presença de fissuras”, informou o instituto.
Um dos objetivos da apuração é determinar se houve negligência, erro humano ou falha técnica. Para isso, foram coletados diferentes tipos de vestígios, como amostras do material rochoso.
Segundo o Itep, as conclusões da perícia serão encaminhadas à Polícia Civil, que é responsável pela investigação.
Mina onde trabalhador morreu em Currais Novos, RN
Itep/Divulgação
A morte
De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma rocha caiu sobre o trabalhador, identificado como Francisco das Chagas da Silva, o Tico, de 52 anos.
A Acauan Mineração Comércio e Serviços Ltda, mineradora da qual Tico era funcionário, informou que o colaborador estava com todos os equipamentos de segurança e que não houve outras pessoas envolvidas no acidente.
Homem morre em acidente na mina de Currais Novos
A Polícia Civil passou a investigar o caso para entender as causas do acidente.
A mineradora informou que esse foi o primeiro acidente grave em 23 anos de funcionamento e que também apura o que ocorreu.
“A empresa está prestando todo o apoio necessário à família e apurando as circunstâncias do acidente. Reforçamos nosso compromisso com a segurança de nossos colaboradores”, citou.
“Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade e nossos mais sinceros sentimentos à família, amigos e colegas”, completou.
A mina de exploração de scheelita, tradicional na região, fica às margens da BR-427, em Currais Novos.
Francisco das Chagas Silva, o Tico, tinha 52 anos de idade
Cedida
Bombeiros: trabalhador teve fraturas no corpo
De acordo com o tenente Tertuliano, oficial de operação do Corpo de Bombeiros na Região Seridó, Francisco das Chagas foi atingido por uma rocha por volta das 9h desta segunda-feira.
Segundo o tenente, a ocorrência para qual a corporação foi acionada era de um trabalhador que “foi vitimado por uma rocha que se desprendeu da mineração, atingiu ele, gerando fraturas de membros inferiores, membro superior e um possível TCE, que é o trauma cranioencefálico”.
Segundo o tenente, o homem foi retirado da mina, sendo içado em uma gaiola específica até a superfície, para ser atendido.
“Quando chegamos ao local, ele já havia sido removido para a superfície, por meio da equipe da USA [Unidade de Suporte Avançado] do Samu, foi intubado e levado para o hospital de Currais Novos”, disse.
Diante da gravidade do cenário, as equipes de saúde o intubaram ainda na ambulância, mas Tico sofreu uma parada cardíaca. Houve tentativas de reanimação, mas ele não resistiu e morreu antes de chegar ao Hospital Regional de Currais Novos.
Francisco Chagas, o Tico, de 52 anos de idade
Cedida
Três acidentes em um ano no Seridó
Este foi o terceiro acidente com morte em mineradoras na Região Seridó do Rio Grande do Norte em um ano.
Em março do ano passado, José Alrante Victor de Oliveira, de 33 anos, foi encontrado em um poço de uma mina também de scheelita em Currais Novos após desaparecer enquanto trabalhava.
Já em agosto do ano passado José Edson Gomes do Santos morreu após um explosivo ser detonado em um mina de turmalina paraíba na cidade de Parelhas, também no Seridó. Outras duas pessoas ficaram feridas. Uma falha de comunicação para detonação dos explosivos teria causado o acidente, segundo a Polícia Civil.
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