
A Operação Big Mobile é resultado de um trabalho de inteligência, que analisou cerca de 1,5 mil boletins de ocorrência registrados de janeiro até o dia 26 de fevereiro na capital paulista. Operação da polícia de São Paulo para localizar celulares roubados apreende 10,5 mil aparelhos
Reprodução/TV Globo
A polícia de São Paulo fez nesta segunda-feira (10) uma operação para localizar celulares roubados e apreendeu 10,5 mil aparelhos.
Quase 3 mil policiais foram às ruas nesta segunda-feira (10) de manhã para vistoriar lojas e endereços suspeitos de vender celulares roubados e furtados. A Operação Big Mobile é resultado de um trabalho de inteligência, que analisou cerca de 1,5 mil boletins de ocorrência registrados de janeiro até o dia 26 de fevereiro na capital paulista.
Nesses registros, as vítimas indicavam pelo sistema de geolocalização para onde os aparelhos tinham sido levados. Os investigadores perceberam que a maior parte dos celulares se concentrava em três regiões da capital: os bairros da República e do Glicério, no Centro, e a favela de Paraisópolis, na Zona Sul da cidade.
Pelo sistema de geolocalização dos celulares, a polícia também conseguiu saber o ponto exato onde muitos dos aparelhos estavam escondidos. Era em um prédio residencial, na Rua dos Guaianeses, no Centro de São Paulo. Mas mesmo com essa informação, os policiais não conseguiram recuperar todos os celulares. É que no endereço moram centenas de pessoas, e para conseguir entrar, a polícia precisaria de uma ordem judicial que indicasse em que apartamento as buscas seriam feitas, uma informação que nem os celulares mais modernos são capazes de fornecer.
O chefe da Polícia Civil de São Paulo disse que situações como essa se repetem em outros pontos da cidade e que isso dificulta o combate aos receptadores.
“Vez por outra conseguimos mandados de busca coletivo, mas é um pouco mais difícil, nós temos que individualizar o local. No Centro, especificamente, a gente detectou um comércio muito grande tanto de peças como dos próprios aparelhos, que vez por outra também são levados para o exterior para que possam vender peças no exterior ou mesmo desbloqueá-los e utilizá-los”, afirma Artur José Dian, delegado-geral da Polícia Civil de SP.
O engenheiro civil Davi Helles Cunha Barros conseguiu rastrear o celular que os bandidos roubaram em janeiro. Avisou a polícia, mas até hoje não recuperou o aparelho:
“Fica uma sensação de impotência, porque, assim, nós trabalhamos, pagamos nossos impostos, a gente faz a nossa parte como cidadão e simplesmente a gente se sente impotente como se não tivesse forças para nada. Me sinto uma pessoa lesada e tenho certeza que não sou só eu”.
Só em janeiro de 2025, a polícia de São Paulo registrou 22 mil furtos e roubos de celulares no estado – média de 30 por hora. Para tentar impedir a ação dos ladrões, policiais fantasiados de super-heróis se infiltraram entre os foliões e curtiram os desfiles de blocos antes, durante e depois do carnaval. Conseguiram prender 24 pessoas em flagrante e ainda recuperaram 89 aparelhos roubados.
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