Vereadora é indiciada por apropriação indébita após desvio de mais de R$ 100 mil de contas bancárias de idosos em Araguari


Polícia Civil finalizou dois inquéritos após família das vítimas registrar boletim de ocorrência por saques e empréstimos indevidos nas contas de um casal de 70 e 79 anos. Parlamentar nega as acusações. Uma vereadora de Araguari, no Triângulo Mineiro, é a principal suspeita de desviar R$ 100 mil das contas bancárias de dois idosos de 70 e 79 anos. Após finalizar dois inquéritos, a delegada da Polícia Civil (PC), Cláudia Coelho Franchi, indiciou Isabel Cristina Pimenta Pires por três crimes:
apropriação indébita de bens de idosos (crime previsto no Estatuto do Idoso);
crime continuado (quando o suspeito comete dois ou mais crimes da mesma espécie);
além de apropriação indébita, prevista no Código Penal.
Nesta quinta-feira (6), o g1 fez três contatos com a vereadora para ouvir a versão dela sobre o caso investigado. Por telefone, Isabel negou as acusações e afirmou desconhecer o indiciamento. (Leia mais abaixo).
O g1 também fez contato com a Câmara de Araguari que informou ainda não ter sido comunicada sobre o caso e, portanto, não vai se manifestar.
Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou que o processo provavelmente ainda não foi distribuído para o promotor. “De toda forma, pode ser dito que o MPMG irá analisar o inquérito da Polícia Civil para definição das medidas cabíveis.”
Delegada diz que vereadora negou as acusações em depoimento
A investigação começou após familiares das vítimas registrarem boletins de ocorrência relatando que uma mulher teria realizado saques e empréstimos em nome dos idosos. O idoso de 79 anos faleceu em um período entre um saque e outro da golpista. A polícia não informou a causa da morte.
De acordo com a polícia, a suspeita – hoje vereadora de Araguari – não tinha relação de parentesco com os idosos, e teria usado cartões bancários para fazer as transações financeiras irregulares. A Polícia Civil divulgou o resultado das investigações na última sexta-feira (28).
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A polícia informou que em depoimento, a investigada afirmou que apenas auxiliava os idosos, negando qualquer envolvimento ilícito. As investigações seguem em andamento para esclarecer outros possíveis crimes relacionados ao caso.
Vereadora teria feito saques e empréstimos indevidos
A Polícia Civil constatou que a mulher, além dos saques indevidos também teria realizados diversos depósitos em uma conta bancária própria. Entre as retiradas dos idosos, teve um saque de R$ 9 mil da conta de uma das vítimas no mesmo dia e local onde a investigada aparece em imagens de câmeras de monitoramento da agência bancária. Além disso, três dias após a morte do idoso, novos saques foram realizados.
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Na conta da idosa, a Polícia Civil constatou que foram retirados mais de R$ 70 mil, além de ter sido feito um empréstimo de R$ 35 mil sem o consentimento dela. Com os indícios de crime, a Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário, o que possibilitou a identificação das movimentações ilícitas.
Contatos com a vereadora para ouvir a versão dela
Na tarde desta quinta-feira (6), o g1 conversou por telefone com a vereadora Isabel Cristina Pimenta Pires, que estava no gabinete dela na Câmara Municipal. A parlamentar negou as acusações, afirmou desconhecer o indiciamento e disse ainda que só tinha conhecimento do caso por meio das redes sociais. A vereadora afirmou não saber como se tornou suspeita do crime.
Ainda de acordo com Isabel, ela nunca havia prestado depoimento e nem sido notificada a respeito das acusações.
Contudo, a delegada que conduz o inquérito, Cláudia Coelho Franchi, confirmou ao g1 que Isabel prestou depoimento, ocasião em que negou as acusações. Mesmo assim, ela foi indiciada pelos crimes citados no início da reportagem, porque a Polícia Civil concluiu que ela tem envolvimento no desvio do dinheiro das contas dos idosos.
O g1 também realizou outros dois contatos: via e-mail institucional da vereadora e uma segunda ligação para o gabinete dela. Desta vez, uma assessora parlamentar informou que a vereadora não estava no local, mas retornaria o contato da reportagem.
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