
No final da última sexta-feira (28), com os primeiros foliões dando largada ao Carnaval em Florianópolis, um e-mail da Diretoria de Operações da Secretaria Municipal de Assistência Social informava às gerências ligadas à pasta que o serviço de “resgate social” de pessoas em situação de rua “não existe mais”.

Pessoas em situação de rua começou não terão mais serviços de resgate social – Foto: Arquivo/ND
O e-mail assinado pela diretora de Operações, Andreza Laura da Silva, dizia que, por solicitação do secretário Bruno Souza (PL), deveria ser retirado “de todos os meios de comunicação” o número do telefone que direcionava para o atendimento ao serviço.
O comunicado apontava também que, “caso precisem utilizar esse serviço”, a orientação é telefonar para a central do Corpo de Bombeiros. Caso a pessoa em situação de rua estivesse alterada, o caminho seria ligar para a Guarda Municipal de Florianópolis. E, em outras situações, para o Centro Pop.

Email enviado pela prefeitura aos servidores informando sobre suspensão da internação involuntária – Foto: Reprodução/ND
O e-mail foi compartilhado na íntegra pela ex-secretária de Assistência Social, Maria Cláudia Goulart (União), em suas redes sociais. Ela foi candidata a vice-prefeita em 2024, na chapa liderada pelo ex-prefeito Dário Berger (PSDB), quarto colocado na disputa vencida pelo prefeito Topázio Neto (PSD).
“E é assim que recebemos oficialmente a notícia e orientações sobre o encerramento do Serviço Resgate Social da Secretaria de Assistência Social. Implantado em abril de 2020, o serviço realizou, naquele ano, 4.481 atendimentos, com uma média de mais de 20 atendimentos”, disse a ex-secretária, que é funcionária de carreira na pasta.
Resgate social será reformulado, diz secretário
Segundo o secretário Bruno Souza, o serviço de abordagem social às pessoas em situação de rua está suspenso pelo encerramento do contrato com a empresa terceirizada responsável. Ele garante que em até 60 dias pretende retornar com o serviço, mas promete mudanças.
Diferentemente da internação involuntária, a abordagem social ocorria quando serviços da prefeitura eram acionados por alguém que presenciava uma pessoa em situação de rua que necessitava de atendimento.
“Nós precisamos mudar o paradigma da abordagem. Era um serviço caro e com eficiência baixíssima. Não queremos mais equipes que fiquem esperando o chamado. Queremos quatro ou cinco equipes circulando nas ruas”, diz o secretário.