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As escolas de samba se destacaram não apenas pelo espetáculo visual, mas também pelos enredos impactantes, que abordaram temas variados, da história brasileira à reflexão sobre questões contemporâneas.
Confira o que cada uma das escolas apresentou em seus desfiles:
Águia de Ouro – 22h30
A Águia de Ouro abriu os desfiles com um enredo que celebrou a obra do cantor e compositor Benito di Paula. Sob o comando do carnavalesco Andre Machado, a escola da Pompeia fez uma homenagem que fugiu do comum, abordando não a biografia do artista, mas suas músicas que marcaram gerações.
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“Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer” trouxe o cantor como protagonista de um grande show, com as alegorias e fantasias contando sua trajetória musical. Ao invés de seguir o tradicional caminho cronológico, o enredo se concentrou nas obras do artista, proporcionando uma experiência única para os fãs e evocando memórias afetivas.
O último carro alegórico da escola teve dificuldades para entrar na avenida. A alegoria transportava a Velha Guarda e o homenageado do enredo, Benito Di Paula. O problema gerou tensão e correria entre membros da escola, mas não gerou problemas no cumprimento do tempo limite de apresentação.
A Águia de Ouro, campeã do Grupo Especial em 2020, tenta recuperar a sua posição de destaque após o 10º lugar no ano passado.
Império da Casa Verde – 23h35
A Império da Casa Verde apresentou o enredo “Contando Contos: Reinos da Literatura”. Sob a batuta do carnavalesco Leandro Barboza, a escola buscou se distanciar das abordagens tradicionais, com temas ligados à cultura afro-brasileira e indígena, e trouxe para o sambódromo a riqueza da literatura.
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Inspirado no gosto do presidente pela temática lúdica, o Império trouxe contos literários e reinos imaginários como foco, em uma proposta criativa que transita entre o encantamento e a sabedoria das histórias que moldaram a imaginação popular.
Após um 6º lugar em 2024, a escola busca retomar seu lugar entre as grandes, após três títulos de campeã no Grupo Especial.
Mocidade Alegre – 0h40
A Mocidade Alegre, bicampeã do Carnaval de São Paulo, encantou a plateia com o enredo “Quem Não Pode com Mandinga, Não Carrega Patuá”.
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A proposta, de autoria do carnavalesco Caio Araújo, explorou a relação simbólica do povo brasileiro com objetos de fé e devoção, como amuletos e patuás. A escola abordou a formação sincrética da religiosidade popular, trazendo à tona o vínculo íntimo dos brasileiros com seus objetos de proteção espiritual.
Durante a passagem da escola pelo sambódromo, um carro alegórico quebrou. Dezenas de integrantes empurraram a estrutura, gerando um espaço entre as alas que pode impactar a nota de harmonia da escola. Mesmo com o contratempo, a escola se apresentou dentro do limite de tempo.
Fundada em 1967, a Mocidade Alegre é a escola mais longeva do Grupo Especial e é conhecida pela sua sólida trajetória, com 12 títulos na principal divisão do carnaval paulistano.
Gaviões da Fiel – 1h45
A Gaviões da Fiel entrou na avenida com atraso devido a limpeza da avenida por segurança, após a passagem da Mocidade que utilizou carro alegórico com água que respingou na avenida.
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Com um enredo afro-brasileiro inédito em sua história. “Irin Ajó Emi Ojisé – A Viagem do Espírito Mensageiro” foi desenvolvido pelos carnavalescos Rayner Pereira e Julio Poloni, e trouxe à tona a riqueza cultural das máscaras africanas.
A história de Orunmilá, divindade da sabedoria e das profecias, que viaja pelo continente africano concedendo máscaras como símbolos de ensinamentos, foi contada de maneira envolvente e vibrante.
Com um histórico de quatro campeonatos no Grupo Especial, a Gaviões da Fiel busca seguir sua trajetória de ascensão, depois de retornar ao desfile das campeãs em 2024.
Acadêmicos do Tucuruvi – 2h50
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Quinta escola a desfilar, a Acadêmicos do Tucuruvi trouxe à avenida o enredo “Assojaba – A busca pelo manto”. A agremiação abordou as vestimentas utilizadas pelas pessoas indígenas, a exemplo dos tupinambás, que tiveram suas roupas expostas em museus.
Estrela do Terceiro Milênio – 3h55
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De volta ao Grupo Especial das escolas de samba de São Paulo, o enredo escolhido pela Estrela do Terceiro Milênio foi uma grande homenagem à comunidade LGBTQIAPN+. Com o título “Muito Além do Arco-Íris”, a agremiação ressaltou a diversidade, os preconceitos vividos pelo grupo e ícones que fazem parte do mundo queer.
Vai-Vai – 5h
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Conhecida como a escola com maior vitórias no Carnaval de São Paulo, o Vai-Vai finalizou o segundo dia de desfiles no Sambódromo do Anhembi. Para a avenida, a agremiação homenageou Zé Celso Martinez com o enredo “O Xamã Devorado y a Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”.