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Em Londres, Volodymir Zelensky se reuniu com o primeiro-ministro britânico, na sede do governo do país. Keir Starmer expressou apoio total a Zelensky e à Ucrânia, pelo tempo que for necessário. Após bate-boca, Zelensky diz estar pronto para acordo com os EUA, mas exige garantias contra novas invasões russas
Reprodução/TV Globo
Um dia depois do bate-boca com Donald Trump, o presidente ucraniano disse que está pronto para assinar um acordo com os Estados Unidos. Mas Volodymyr Zelensky insiste em garantias de segurança contra novas invasões da Rússia. Uma preocupação que não é só dele.
Volodymyr Zelensky deixou Washington e desembarcou em Londres. Essa viagem já estava marcada antes do bate-boca de sexta-feira (31), mas caiu como uma luva… É que no domingo (2), em uma cúpula organizada pelo governo britânico, os líderes europeus prometem reafirmar o apoio à Ucrânia.
Antes de qualquer compromisso neste sábado (1º), Zelensky usou as redes sociais para tentar acalmar os ânimos. Ele escreveu:
“Somos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Sou grato ao presidente Trump e ao povo americano. A ajuda dos Estados Unidos tem sido vital para nos ajudar a sobreviver, e quero reconhecer isso. É crucial termos o apoio do presidente Donald Trump e eu quero que os Estados Unidos fiquem mais firmes ao nosso lado”.
Na sexta-feira (31), Trump e Zelensky discutiram diante das câmeras na Casa Branca. Trump zombou do ucraniano e o acusou de não querer um cessar-fogo e de não ser grato pelo apoio durante a guerra. Quando Zelensky disse que até os Estados Unidos sentiriam os efeitos do conflito, Trump afirmou que Zelensky não estava em condições de ditar o que eles iam sentir. O encontro terminou sem a assinatura de um acordo de exploração de minérios da Ucrânia em troca de ajuda americana.
Na sexta-feira (31), Trump e Zelensky discutiram diante das câmeras na Casa Branca
Reprodução/TV Globo
Neste sábado (1º), Zelensky afirmou que está pronto para assinar o acordo, mas que os Estados Unidos precisam dar garantias de segurança para que Putin não volte a atacar e invadir a Ucrânia.
Além de contar com a ajuda de países aliados, a Ucrânia mantém uma plataforma oficial para receber doação de instituições e pessoas comuns de qualquer parte do mundo. Esse canal direto chama-se “United24”. O dinheiro vai para projetos de defesa, iniciativas humanitárias e de reconstrução.
Neste sábado (1º) , os líderes europeus voltaram a manifestar apoio ao presidente ucraniano. O presidente da França rebateu a afirmação de Donald Trump, de que Zelensky estaria assumindo o risco de uma terceira guerra mundial.
Emmanuel Macron afirmou: “Se tem alguém fazendo isso, é Vladimir Putin.” O líder francês disse esperar que os americanos ajam de acordo com a própria história e lembrou que, em outros grandes conflitos, os Estados Unidos sempre estiveram do lado da liberdade.
A ministra do Exterior da Alemanha classificou como indizíveis as imagens da Casa Branca. Annalena Baerbock disse que o horror é maior hoje do que ontem. E afirmou: a noite de ontem demonstrou o início de uma nova era nefasta. Um tempo hediondo em que devemos defender a ordem internacional baseada em regras. Do contrário, nenhum país livre pode dormir em paz se tiver um vizinho mais forte.
Em Londres, Volodymir Zelensky se reuniu com o primeiro-ministro britânico, na sede do governo do país. Keir Starmer expressou apoio total a Zelensky e à Ucrânia, pelo tempo que for necessário. O primeiro-ministro também reafirmou que não existe negociação de paz sem a participação direta do governo ucraniano.
O rei Charles também convidou Zelensky para uma audiência no domingo (2). O Reino Unido anunciou neste sábado um pacote de 2,8 bilhões de dólares em ajuda para a Ucrânia.
O secretário-geral da OTAN – a Aliança Militar do Ocidente – conversou neste sábado (1º) com o presidente ucraniano. Mark Rutte pediu a Zelensky que encontre um jeito de restaurar a relação com o presidente americano.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, até agora não comentou a discussão. Mas uma porta-voz do governo russo declarou que a visita do ucraniano a Washington foi um fracasso diplomático. Palavras do inimigo europeu – de quem Trump agora se aproxima.
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