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Neste sábado (1°), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou adiscussão entre Volodymyr Zelensky e Donald Trumpcomo “grotesca” e afirmou que o ex-presidente norte-americano humilhou o chefe de Estado ucraniano. Em entrevista a jornalistas uruguaios, o brasileiro declarou que caberá à União Europeia reconstruir a Ucrânia.
“Acho que, desde a criação do planeta Terra, desde que a diplomacia foi estabelecida, nunca se viu uma cena tão grotesca e desrespeitosa como a que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca”, comentou.
“Acredito que Zelensky foi humilhado, que, na cabeça de Trump, ele merecia isso. Também penso que a União Europeia foi prejudicada pelo discurso de Zelensky. Disse ao presidente da Alemanha que é bem possível que a Europa fique responsável pela reconstrução da Ucrânia e pela manutenção da Otan”, completou.
Desde que assumiu a presidência, Lula defende que o presidente ucraniano e Vladimir Putin, líder da Rússia, precisam negociar um acordo para encerrar a guerra no Leste Europeu. No entanto, Zelensky tem criticado o posicionamento do petista.
O bate-boca
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Zelensky e Trump tiveram um desentendimento durante uma reunião no Salão Oval da Casa Branca. O atrito ocorreu após o ucraniano criticar a resposta dos Estados Unidos à anexação de territórios ucranianos pela Rússia.
Trump reagiu às declarações do líder ucraniano e o acusou de colocar vidas em risco, sugerindo que suas ações poderiam levar a uma Terceira Guerra Mundial.
Além disso, afirmou que Zelensky não possui trunfos para negociação. Durante a reunião, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, questionou a postura do presidente ucraniano em relação ao apoio recebido do governo americano.
O encontro, que foi televisionado, mostrou um comportamento incomum entre as autoridades. Jornalistas que acompanhavam a reunião na Casa Branca relataram surpresa com a franqueza das declarações feitas publicamente.
Guerra
A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, continua a se intensificar. Nos primeiros meses do conflito, as forças russas avançaram sobre o território ucraniano, com ataques diretos a Kiev.
Em outubro de 2024, o confronto escalou com o uso de mísseis hipersônicos e ofensivas ucranianas em território russo. Relatos também apontam para um possível envolvimento da Coreia do Norte no conflito.
Líderes dos dois países continuam a se manifestar sobre o cenário da guerra. Enquanto Vladimir Putin reforça os objetivos da operação militar russa, Zelensky defende a continuidade da resistência.