Lula desiste do Centrão ao indicar Gleisi para articulação política

A avaliação interna no Palácio do Planalto é que, ao optar pelo nome da deputada Gleisi Hoffmann para assumir a articulação política do governo, como ministra das Relações Institucionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado claro: desistiu do Centrão para a eleição de 2026.
Até então, havia dúvidas sobre se Lula colocaria no ministério um nome do PT ou do Centrão. Entre os cotados, estava o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Ao escolher um nome do “PT raiz”, Lula faz uma inflexão na política, assim como já vinha fazendo na economia, apertando o botão do modo eleitoral.
A inflexão econômica já estava em curso, com um discurso mais expansionista do ponto de vista fiscal, que começa a emparedar o próprio ministro Fernando Haddad. O titular da Fazenda perde força na sua posição de controle de gastos, ficando cada vez mais isolado dentro do governo.
Lula mais isolado na política
Com a queda na popularidade, Lula também vê seu espaço de negociação política diminuir. Recentemente, líderes do Centrão manifestaram descrença na viabilidade da reeleição do presidente. O golpe mais forte veio do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que já indicou um afastamento.
Até então, Lula acreditava que poderia usar a reforma ministerial para garantir o apoio de partidos do Centrão em 2026. Agora, a percepção interna é que a única negociação possível será para aprovar projetos consensuais em 2025.
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