Em dois anos, número de imóveis leiloados aumentou 186% em Campinas


Caixa Econômica Federal leiloou 59 imóveis em 2023, 69 em 2024 e 169 no último ano. Falta de pagamento e penhora são as principais causas. Número de imóveis que foram para leilão cresce 186% em Campinas
A Caixa Econômica Federal registrou em Campinas (SP) o aumento de 186,4% no número de imóveis leiloados em 2024 em relação a 2022. As principais causas apontadas por especialistas são a inadimplência e penhora de bens.
O aumento entre 2022 e 2023 foi de 16,9%, mas se tornou mais expressivo no último ano, quando atingiu 169 imóveis leiloados, um crescimento de 144% em 2024. Veja gráfico abaixo.
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Tendência de aumento na frequência de leilões
Segundo a Caixa, o crescimento no número de leilões que ocorreu em 2024 foi consequência da “retomada da normalidade do mercado” e o fim da extensão de prazos para pagamentos e de parcelas que eram utilizadas para amenizar as consequências da pandemia da COVID-19.
Ainda assim, o banco reforça que ele possui políticas de negociação e coloca a “tomada do imóvel a última alternativa usada para garantir o retorno do valor emprestado”.
Também informa que os imóveis disponíveis à venda em leilão em cada estado, assim como as exigências e orientações para a participação, constam nos editais de venda que podem ser acessados no site.
Para Guilherme Pecini, dono de uma empresa de leilões, a inadimplência é decorrente do aumento da taxa de juros que ocorreu nos últimos meses. Ele acredita que a tendência é de que a frequência com que os leilões ocorram aumentem nos próximos meses e anos.
Pecini também adverte que adquirir um imóvel em leilão não é tão simples, é preciso estudar o assunto antes de fazer lances, pois “a partir do momento que você arremata, você tem que pagar o valor e posteriormente lavrar a escritura de compra e venda”
Em dois anos, número de imóveis leiloados aumentou 186% em Campinas.
Reprodução EPTV
‘Único bem da família’
Marcos Ferreira Santos conta que tinha um imóvel com duas casas na década de 1990, mas devido a uma dívida trabalhista, ele perdeu uma casa que já estava quitada há anos. A residência que era da família foi leiloada.
“Uma empresa que acabei comprando, fiquei pouco tempo nela. Abracei uma dívida milionária, não recebi um tostão”, lembra.
Na casa moravam a filha e a neta de Marcos. Ele já estava separado da ex-esposa, mas devido um problema jurídico, o juiz decidiu pela penhora e o imóvel foi vendido em leilão. Como consequência, as duas tiveram que sair às presas, e hoje vivem de aluguel.
“Era o único bem da família […] e ficou por isso mesmo”, diz.
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