Consumo de energia no verão: como evitar surpresas na conta de luz


Nos meses mais quentes, o consumo de energia residencial pode aumentar; saiba como reduzir gastos sem abrir mão do conforto térmico. A demanda por energia elétrica vem sendo diretamente impactada pelas condições climáticas e as altas temperaturas registradas em diferentes regiões do país, neste início de ano. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vem registrando recordes na demanda de carga instantânea brasileira, no Sistema Interligado Nacional (SIN), em 2025, que na última sexta-feira (21).
Com a elevação das temperaturas, o uso intensivo dos equipamentos de refrigeração e climatização podem impactar consideravelmente as contas de luz. A boa notícia é que é possível manter o conforto térmico, sem aumentar os custos da fatura de energia. E o segredo para isto está na adoção de medidas de eficiência energética.
Uso eficiente da energia começa na compra e instalação
De acordo com o engenheiro Márcio Biehl Hamerschmidt, coordenador do Programa de Eficiência Energética da Copel, o ar-condicionado é um dos equipamentos que mais impactam na conta de luz. Isto depende de fatores como a potência do aparelho, o tempo de uso, a manutenção e até a estrutura do ambiente refrigerado.
A escolha do equipamento adequado é um dos primeiros passos para evitar desperdício. “O selo Procel de eficiência energética indica os modelos mais econômicos, por isso é indicado que o consumidor dê preferência a produtos com esta certificação. Vale avaliar também o investimento em um aparelho inverter, capaz de reduzir o consumo de energia entre 40% e 60%”, afirma o engenheiro.
Ainda no momento da compra, a potência do aparelho deve ser dimensionada corretamente para o ambiente em que será utilizado. Em média, recomenda-se 600 BTUs para cada metro quadrado. Mas deve-se considerar, no cálculo, o número de pessoas e equipamentos que geram calor na ocupação do espaço, como computadores, modems, monitores ou geladeira, além da incidência solar.
Antes de adquirir um novo aparelho, o consumidor pode estimar o impacto que ele terá na conta de luz, utilizando o simulador de consumo disponível no site da Copel. Além disso, uma instalação elétrica bem-feita evita desperdícios e aumenta a segurança. Para isso, é recomendado que a instalação seja feita por um profissional qualificado, garantindo que a fiação suporte o aparelho sem sobrecarga.
Comportamento que gera economia
Hábitos simples também contribuem para a redução do consumo energético, e podem ser adotados seguindo dicas como estas:
Mantenha portas e janelas fechadas nos ambientes climatizados, para evitar a perda de ar frio e reduzir o esforço do aparelho;
Ajuste a temperatura para um nível confortável, sem extremos;
Faça a limpeza periódica dos filtros para melhorar a eficiência do equipamento;
Para o período da noite, se possível utilize programações específicas, como o modo dormir, que ajusta gradualmente a temperatura para evitar resfriamento excessivo e economizar energia.
Não custa lembrar: desligue o ar-condicionado em ambientes que não estejam sendo utilizados. O aparelho pode, inclusive, ser desligado cerca de dez minutos antes de sair do ambiente. Assim, você aproveita a temperatura amena residual e economiza energia.
Combinando a escolha de aparelhos eficientes, uma instalação adequada e boas práticas de uso, é possível reduzir significativamente o impacto do ar-condicionado na conta de luz e aproveitar um ambiente confortável sem levar um susto com a conta no final do mês.
Outros aparelhos demandam atenção
Mesmo quem não possui ar-condicionado em casa pode acabar tendo um aumento na conta de energia nos períodos de calor devido ao uso de outros equipamentos de climatização e refrigeração. Ficar atento à vedação da geladeira e do freezer, além de evitar a sua abertura com muita frequência são ações positivas para o uso eficiente da energia. Por fim, os ventiladores devem ser ligados apenas quando o ambiente estiver ocupado, com cuidado ao tempo diário de utilização.
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Variação de consumo
No Paraná, de 2021 a 2024, a Copel observou um aumento médio de 9,5% no consumo de energia elétrica das residências paranaenses nos meses mais quentes, de outubro a março, em comparação com os meses mais frios do ano, o período de abril a setembro. A variação é mais expressiva na região Oeste paranaense, onde o consumo residencial médio nesta mesma comparação subiu 20,6%. O Noroeste aparece em seguida, com um crescimento médio de 17%, e o Norte, com aumento médio de 10,7%. Já nas regiões Leste e Centro-Sul do Paraná, o impacto das altas temperaturas no consumo residencial foi mais discreto, com variações médias de 1% e 2%, respectivamente.
O aumento no uso da energia neste período, no entanto, não traz riscos de desabastecimento, conforme ressaltou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema, Marcio Rea, na última sexta-feira (21): “O novo recorde reforça o quanto o SIN está respondendo de forma segura e adequada à crescente demanda de carga. Os estudos de planejamento do ONS tinham mapeado esse comportamento e a operação se preparou para atender ao que estamos observando: uma constante quebra de recordes na demanda de carga, porém mantendo o equilíbrio do sistema elétrico brasileiro”.
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