Estudante pede revogação de prisão preventiva por matar corredora atropelada em MS


Danielle Oliveira morreu no sábado (15), em Campo Grande. Defesa de João Vitor Fonseca Vilela alegou que não existem motivos suficientes para negar a liberdade provisória do estudante. Estudante de medicina na audiência de custódia realizada no domingo (16), em Campo Grande.
Nadyenka Castro
A defesa do estudante de medicina, João Vitor Fonseca Vilela, de 22 anos, que atropelou a corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, na MS-010, em Campo Grande, pediu sua liberdade provisória, através da revogação da prisão preventiva. O estudante está preso desde o último dia 15, quando aconteceu o acidente.
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Em resumo, o advogado José Roberto Rosa argumentou que não há requisitos suficientes para manter a prisão preventiva.
De acordo com a defesa, o crime foi culposo, ou seja, sem a intenção de matar. “No caso, em que pese a gravidade dos fatos apurados, o crime imputado ao ora agravado é culposo, ele é primário [não tem processo de condenação anterior] e o delito não foi praticado em contexto de violência doméstica e familiar, o que impede o decreto de prisão preventiva”.
Além disso, a defesa alegou que a decisão judicial deve se apoiar em motivos e fundamentos concretos, que tenham uma justificativa especial sobre o perigo que a liberdade do investigado representa para o processo.
O advogado ressalta ainda, que embora o clamor social seja legítimo e compreensível, ele não pode, de forma isolada, justificar a prisão preventiva.
“Como reiterado em diversas decisões do Superior Tribunal de Justiça, a pressão social não é fundamento jurídico adequado para a decretação de uma medida tão grave”, afirma através do documento.
Ele afirma ainda que a liberdade do suspeito não representa qualquer ameaça à ordem pública, nem coloca em risco a sociedade. “Não há nos autos elementos que indiquem a intenção de João Vitor em se furtar à apuração de sua responsabilidade”.
Medidas cautelares
O advogado pede que a prisão seja revogada, mediante o cumprimento de medidas cautelares, como:
Comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades;
Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial prévia;
Recolhimento domiciliar noturno, caso seja considerado necessário;
Monitoramento eletrônico, para maior controle.
Relembre o acidente
A corredora Danielle Oliveira morreu atropelada por João Vitor Fonseca Vilela, de 22 anos, na manhã de sábado (15), na MS-010, em Campo Grande. A vítima realizava um “longão”, que é um treino de corrida de longas distâncias, no momento do acidente. João Vitor teve a prisão preventiva decretada no domingo (16), após passar por audiência de custódia.
Segundo testemunhas, o veículo estava em alta velocidade quando foi pra cima do grupo de corredores. O motorista fazia zigue-zague na pista antes de atingir Danielle, e estava visivelmente embriagado e com cheiro de bebida alcoólica.
A vítima chegou a receber atendimento por socorristas que estavam no grupo de corredores. O Corpo de Bombeiros esteve no local do acidente e tentou reanimar a vítima por cerca de 1 hora, mas a mulher não resistiu e morreu às margens da rodovia, na MS-010.
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