Pré-eclâmpsia é uma das principais causas de morte materna no Brasil. Sofia nasceu 2 de fevereiro e morreu três dias depois. O Fantástico deste domingo (3) falou com exclusividade com a cantora Lexa e seu marido, Ricardo Vianna, sobre a morte da filha do casal, Sofia. De casa, Lexa compartilhou a angústia e os desafios enfrentados durante sua gravidez ao médico Drauzio Varella.
“Beirei a morte tentando salvar minha filha”, desabafa a cantora, em um relato emocionante que expõe a luta contra a pré-eclâmpsia e a força necessária para enfrentar essa difícil jornada.
“O médico entrou e falou assim, olha, eu preciso te falar isso, mas na medicina a gente sempre vai escolher a mãe. E aí eu falei, eu vou até o meu limite, se possível. E eu realmente beirei a morte tentando salvar minha filha”, diz a cantora.
A gravidez do casal foi revelada nas redes sociais em outubro do ano passado, três meses depois de Lexa descobrir que estava grávida.
“Foi um sonho muito calculado, muito quisto e muito mentalizado. Não foi uma criança que, ai, foi um susto, foi sem querer, ai, eu não queria… não, eu queria muito.”
O primeiro ultrassom foi feito com seis semanas de gestação. “Tudo foi muito assistido desde o início. E imediatamente eu comecei meu pré-natal. Eu segui um pré-natal à risca, à risca, à risca.”
Lexa continuou a fazer shows e participou dos ensaios como rainha de bateria da escola de samba Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, tudo com liberação médica.
Até que surgiu um alerta. “Meus exames estavam todos oks, mas a minha pressão sempre dava 12 por 8, 13 por alguma coisa e isso incomodava a Camila, minha doutora. E ela falou, faz um exame para gente ver qual é o seu índice para pré-eclâmpsia. Eu fiz e veio para alto índice de risco para pré-eclâmpsia.”
Diagnóstico
A pré-eclâmpsia é uma condição grave. Normalmente, uma das manifestações é o aumento da pressão arterial, mas também pode atacar rins, fígado e até o cérebro. É uma doença rápida, perigosa e silenciosa.
“E ela falou: eu não vou te deixar em casa não, mesmo você se sentindo bem, porque eu estava me sentindo bem”, contou.
Lexa foi internada com 24 semanas na Maternidade Santa Joana, em São Paulo. “Eu estava ali lutando, semana a semana, para segurar a gestação, porque eu sabia que quanto mais tempo da Soso na minha barriga, era uma possibilidade de vida dela”, diz Lexa.
Foram dezessete dias internada, quatro na UTI. Lexa teve a síndrome HELLP, uma forma grave da pré-eclâmpsia e a gestante passa a correr risco de morte.
HELLP é uma sigla em inglês. O H significa hemólise, uma destruição dos glóbulos vermelhos dentro do vaso. O EL é de elevação das enzimas hepaticas, um sinal de que o fígado está em sofrimento. E o LP, queda no número de plaquetas, o que pode levar a hemorragias.
“Eu lembro de sentir uma dor de estômago muito forte, minha dor de cabeça não passava. Minha mão já estava de uma maneira que já não estava fechando mais”, diz a cantora.
“O fígado começou a entrar em falência. Não tinha mais para onde ir, nem para mim, nem para ela.”
O parto foi marcado imediatamente. Sofia nasceu no dia 2 de fevereiro.
“A minha filha nasceu com todas as coisas que eu estava sentindo. Ela nasceu com rins comprometidos, com fígado, com a pressão alterada. Muito pequenininha, mas muito linda”, diz.
“O que mais me dói como marido e como pai é não poder fazer nada, né? Estar dentro de um hospital e ver minha filha entubada e não poder fazer nada sobre aquilo. Ver minha mulher que, de repente, com mais um dia na gestação, ela poderia não estar do meu lado. Então a gente é muito pequeno”, diz Vianna, marido de Lexa.
Sofia morreu três dias depois do parto. “Essa dor, a impressão que eu tenho é que não vai ter um dia da minha vida que eu não vá chorar. É muito difícil.”
Pré-eclâmpsia
Segundo o Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é uma das principais causas de morte materna no Brasil.
A engenheira Kellyn Cristina Rosa passou pelo mesmo problema de Lexa. “No ultrassom morfológico, deu que eu era 1 em 13 com essa chance de ter a pré-eclâmpsia durante a gestação.”
Kellyn foi internada com 25 semanas, na mesma maternidade de Lexa. Luisa nasceu quatro dias depois, no dia 9 de dezembro, com 545 gramas. A bebê ficou entubada por 21 dias. “Ela era muito magrinha, muito pequenininha. E aí eu só sentia medo.”
Luisa sobreviveu e continua internada desde dezembro para ganhar peso. Já passou dos dois quilos e está com alta programada para março. Kellyn vem todos os dias ao hospital ficar com a filha.
“Ela é uma luz, ela é muito forte, uma guerreira mesmo”, diz Kellyn.
Lexa e Kellyn são duas jovens saudáveis, sem fatores de risco, que fizeram corretamente o pré-natal, o tratamento com remédios e ainda assim tiveram a doença.
“Não existe receita de bolo. Aí é que entra a visão do médico especialista. Não há como estabelecer um protocolo universal. Para cada paciente, para cada gestação, você precisa estabelecer um plano de cuidado, que depende do nível de pressão, depende de alguma alteração prévia que ela já tenha no exame”, explica Eduardo Cordioli, diretor técnico de obstetrícia da Maternidade Santa Joana.
Guilherme de Jesús, professor da UERJ e integrante da Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação da FEBRASGO, acrescenta:
“É uma doença da segunda metade da gravidez. As formas mais precoces, felizmente, são muito raras, bem mais raras do que as tardias, ou seja, menos de 34 semanas, e elas tendem a ser mais agressivas. Não, ela não cura sozinha. Ela é uma doença que vai continuar até o momento do parto. Infelizmente, até hoje, a gente só tem uma cura para pré-eclâmpsia, que é o parto.”
Os principais fatores de risco da pré-eclâmpsia são obesidade, pressão alta, diabetes, doenças autoimunes e gestação gemelar. No entanto, algumas pacientes não apresentam nenhum fator de risco que possa ser identificado num primeiro momento, e por isso o acompanhamento médico é fundamental.
“Assim que você souber que está grávida, comece o pré-natal. O Ministério da Saúde recomenda pelo menos seis consultas no decorrer dos nove meses. Identificar os problemas assim que eles aparecem é a única forma de garantir um final feliz para a mãe e para o bebê”, enfatiza Drauzio Varella.
“A pré-eclâmpsia ainda é a principal causa de morte materna no Brasil. Muita gente, quando pensa em obstetrícia, pensa na hora do parto. Só que o parto é um epílogo de uma história de nove meses de duração. E a melhor forma de contar essa história é fazendo um bom pré-natal”, reforça Cordioli.
“O objetivo do pré-natal justamente é identificar as pacientes com risco, então elas podem, por exemplo, se ela está na unidade básica de saúde, ser encaminhada para um hospital com mais recursos”, diz Guilherme de Jesús.
“Ela pode, por exemplo, identificar uma hipertensão, porque como a gente não sente nada quando a pressão sobe, às vezes ela já tem uma pressão alta, não sabe disso, e ao não fazer o pré-natal, ela deixa esse fator que potencialmente pode complicar a sua gravidez sem ser controlado.”
Esta semana, o Ministério da Saúde recomendou a suplementação de cálcio para todas as gestantes com a intenção de reduzir a incidência de pré-eclâmpsia. A Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão de 1.500 a 2.000 miligramas por dia. Um copo de leite de 250 ml tem aproximadamente 250 miligramas de cálcio. Já 100 gramas de brócolis têm 513 miligramas de cálcio.
“Eu fiz tudo o que eu podia. Porque, às vezes, a gente quer se culpar, de alguma maneira, mas eu parei, às vezes, pensando, não tinha mais o que eu fazer. Não tinha mais.”, diz Lexa.
Luto
“Eu tô vivendo a minha dor e ela é grande, mas ela parece não ter fim. Mas é um processo e eu acho que daqui a pouco eu preciso juntar meus cacos, meu quebra-cabeça sem peça e continuar. Voltar a fazer o meu trabalho, voltar a fazer o que me faz feliz também, né? Meu trabalho me faz muito feliz. O final não é do jeito que eu queria. Eu entendi que na vida a gente nunca tem controle. Mas eu creio, eu creio mesmo que coisas boas acontecerão.”
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“Beirei a morte tentando salvar minha filha”, desabafa a cantora, em um relato emocionante que expõe a luta contra a pré-eclâmpsia e a força necessária para enfrentar essa difícil jornada.
“O médico entrou e falou assim, olha, eu preciso te falar isso, mas na medicina a gente sempre vai escolher a mãe. E aí eu falei, eu vou até o meu limite, se possível. E eu realmente beirei a morte tentando salvar minha filha”, diz a cantora.
A gravidez do casal foi revelada nas redes sociais em outubro do ano passado, três meses depois de Lexa descobrir que estava grávida.
“Foi um sonho muito calculado, muito quisto e muito mentalizado. Não foi uma criança que, ai, foi um susto, foi sem querer, ai, eu não queria… não, eu queria muito.”
O primeiro ultrassom foi feito com seis semanas de gestação. “Tudo foi muito assistido desde o início. E imediatamente eu comecei meu pré-natal. Eu segui um pré-natal à risca, à risca, à risca.”
Lexa continuou a fazer shows e participou dos ensaios como rainha de bateria da escola de samba Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, tudo com liberação médica.
Até que surgiu um alerta. “Meus exames estavam todos oks, mas a minha pressão sempre dava 12 por 8, 13 por alguma coisa e isso incomodava a Camila, minha doutora. E ela falou, faz um exame para gente ver qual é o seu índice para pré-eclâmpsia. Eu fiz e veio para alto índice de risco para pré-eclâmpsia.”
Diagnóstico
A pré-eclâmpsia é uma condição grave. Normalmente, uma das manifestações é o aumento da pressão arterial, mas também pode atacar rins, fígado e até o cérebro. É uma doença rápida, perigosa e silenciosa.
“E ela falou: eu não vou te deixar em casa não, mesmo você se sentindo bem, porque eu estava me sentindo bem”, contou.
Lexa foi internada com 24 semanas na Maternidade Santa Joana, em São Paulo. “Eu estava ali lutando, semana a semana, para segurar a gestação, porque eu sabia que quanto mais tempo da Soso na minha barriga, era uma possibilidade de vida dela”, diz Lexa.
Foram dezessete dias internada, quatro na UTI. Lexa teve a síndrome HELLP, uma forma grave da pré-eclâmpsia e a gestante passa a correr risco de morte.
HELLP é uma sigla em inglês. O H significa hemólise, uma destruição dos glóbulos vermelhos dentro do vaso. O EL é de elevação das enzimas hepaticas, um sinal de que o fígado está em sofrimento. E o LP, queda no número de plaquetas, o que pode levar a hemorragias.
“Eu lembro de sentir uma dor de estômago muito forte, minha dor de cabeça não passava. Minha mão já estava de uma maneira que já não estava fechando mais”, diz a cantora.
“O fígado começou a entrar em falência. Não tinha mais para onde ir, nem para mim, nem para ela.”
O parto foi marcado imediatamente. Sofia nasceu no dia 2 de fevereiro.
“A minha filha nasceu com todas as coisas que eu estava sentindo. Ela nasceu com rins comprometidos, com fígado, com a pressão alterada. Muito pequenininha, mas muito linda”, diz.
“O que mais me dói como marido e como pai é não poder fazer nada, né? Estar dentro de um hospital e ver minha filha entubada e não poder fazer nada sobre aquilo. Ver minha mulher que, de repente, com mais um dia na gestação, ela poderia não estar do meu lado. Então a gente é muito pequeno”, diz Vianna, marido de Lexa.
Sofia morreu três dias depois do parto. “Essa dor, a impressão que eu tenho é que não vai ter um dia da minha vida que eu não vá chorar. É muito difícil.”
Pré-eclâmpsia
Segundo o Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é uma das principais causas de morte materna no Brasil.
A engenheira Kellyn Cristina Rosa passou pelo mesmo problema de Lexa. “No ultrassom morfológico, deu que eu era 1 em 13 com essa chance de ter a pré-eclâmpsia durante a gestação.”
Kellyn foi internada com 25 semanas, na mesma maternidade de Lexa. Luisa nasceu quatro dias depois, no dia 9 de dezembro, com 545 gramas. A bebê ficou entubada por 21 dias. “Ela era muito magrinha, muito pequenininha. E aí eu só sentia medo.”
Luisa sobreviveu e continua internada desde dezembro para ganhar peso. Já passou dos dois quilos e está com alta programada para março. Kellyn vem todos os dias ao hospital ficar com a filha.
“Ela é uma luz, ela é muito forte, uma guerreira mesmo”, diz Kellyn.
Lexa e Kellyn são duas jovens saudáveis, sem fatores de risco, que fizeram corretamente o pré-natal, o tratamento com remédios e ainda assim tiveram a doença.
“Não existe receita de bolo. Aí é que entra a visão do médico especialista. Não há como estabelecer um protocolo universal. Para cada paciente, para cada gestação, você precisa estabelecer um plano de cuidado, que depende do nível de pressão, depende de alguma alteração prévia que ela já tenha no exame”, explica Eduardo Cordioli, diretor técnico de obstetrícia da Maternidade Santa Joana.
Guilherme de Jesús, professor da UERJ e integrante da Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação da FEBRASGO, acrescenta:
“É uma doença da segunda metade da gravidez. As formas mais precoces, felizmente, são muito raras, bem mais raras do que as tardias, ou seja, menos de 34 semanas, e elas tendem a ser mais agressivas. Não, ela não cura sozinha. Ela é uma doença que vai continuar até o momento do parto. Infelizmente, até hoje, a gente só tem uma cura para pré-eclâmpsia, que é o parto.”
Os principais fatores de risco da pré-eclâmpsia são obesidade, pressão alta, diabetes, doenças autoimunes e gestação gemelar. No entanto, algumas pacientes não apresentam nenhum fator de risco que possa ser identificado num primeiro momento, e por isso o acompanhamento médico é fundamental.
“Assim que você souber que está grávida, comece o pré-natal. O Ministério da Saúde recomenda pelo menos seis consultas no decorrer dos nove meses. Identificar os problemas assim que eles aparecem é a única forma de garantir um final feliz para a mãe e para o bebê”, enfatiza Drauzio Varella.
“A pré-eclâmpsia ainda é a principal causa de morte materna no Brasil. Muita gente, quando pensa em obstetrícia, pensa na hora do parto. Só que o parto é um epílogo de uma história de nove meses de duração. E a melhor forma de contar essa história é fazendo um bom pré-natal”, reforça Cordioli.
“O objetivo do pré-natal justamente é identificar as pacientes com risco, então elas podem, por exemplo, se ela está na unidade básica de saúde, ser encaminhada para um hospital com mais recursos”, diz Guilherme de Jesús.
“Ela pode, por exemplo, identificar uma hipertensão, porque como a gente não sente nada quando a pressão sobe, às vezes ela já tem uma pressão alta, não sabe disso, e ao não fazer o pré-natal, ela deixa esse fator que potencialmente pode complicar a sua gravidez sem ser controlado.”
Esta semana, o Ministério da Saúde recomendou a suplementação de cálcio para todas as gestantes com a intenção de reduzir a incidência de pré-eclâmpsia. A Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão de 1.500 a 2.000 miligramas por dia. Um copo de leite de 250 ml tem aproximadamente 250 miligramas de cálcio. Já 100 gramas de brócolis têm 513 miligramas de cálcio.
“Eu fiz tudo o que eu podia. Porque, às vezes, a gente quer se culpar, de alguma maneira, mas eu parei, às vezes, pensando, não tinha mais o que eu fazer. Não tinha mais.”, diz Lexa.
Luto
“Eu tô vivendo a minha dor e ela é grande, mas ela parece não ter fim. Mas é um processo e eu acho que daqui a pouco eu preciso juntar meus cacos, meu quebra-cabeça sem peça e continuar. Voltar a fazer o meu trabalho, voltar a fazer o que me faz feliz também, né? Meu trabalho me faz muito feliz. O final não é do jeito que eu queria. Eu entendi que na vida a gente nunca tem controle. Mas eu creio, eu creio mesmo que coisas boas acontecerão.”
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