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Nenhum dos generais que presidiram o governo ficou rico, tampouco havia ostentação. E a corrupção, que sempre ocorre nos governos, era discretíssima.

População apoiou, mas também criticou, generais da ditadura – Foto: Dario de Almeida Prado Júnior/Acervo Agecom UFSC/Divulgação/
Verdade que sobre Mário Andreazza (Transamazônica e ponte Rio-Niterói) havia um boato de que exigia 20% do valor dos orçamentos das obras que passavam pelo seu Ministério dos Transportes. Fato nunca comprovado, mas dizem que a coisa foi deixada para lá porque o homem era dono de lindos olhos verdes e de um sorriso contagiante. Difícil.
Além disso, na ditadura de 1964, após um período mais crítico onde houve mortes (inevitáveis numa revolução), prisões e muitas fugas, algumas facilitadas, a situação do Brasil ficou estabilizada, sem sustos nem percalços e os brasileiros seguiram suas vidas curtindo normalmente o milagre brasileiro.
Florianópolis foi palco de manifestações contra o governo dos generais
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Paisagem de Florianópolis em 1964, durante o governo dos generais – Foto: Antônio Pereira Oliveira
Houve episódios hilários como o dos nossos estudantes que, com ótima pontaria, atiraram ovos em João Figueiredo. Foram detidos, mas logo liberados. Houve também a Novembrada em Floripa e as “Diretas Já” que representava uma espécie de golpe contra a norma contida na Constituição da época sobre a escolha do presidente da República. E a bem-vinda anistia. O movimento fracassou, mas ninguém foi preso. Mas nada como a democracia.