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País foi às urnas neste domingo (23) para escolher o novo governo da maior economia da União Europeia. Eleitor deposita vota na urna. Alemanha tem eleição parlamentares neste domingo (23)
Nadja Wohlleben/Reuters
A Alemanha encerreou na tarde deste domingo (23) a votação para a escolha de um novo governo. Pesquisas de bocas de urna indicam uma vitória do CDU, partido conservador, e o AfD, sigla da extrema direita, em segundo lugar.
A boca de urna reflete os resultados previstos pelas pesquisas de intenção de voto: Friedrich Merz, do partido conservador União Democrática Cristã, de oposição ao atual governo, teve 28,5% dos votos. Em segundo lugar, o AfD levou cerca de 20% dos votos, percentual previsto anteriormente.
Já o Partido Social-Democrata, do atual governo de Olaf Scholz, apareceu na terceira posição.
A contagem dos votos deve durar até o fim da noite do horário local (início da noite pelo horário de Brasília).
Os alemães votaram ao longo do dia para escolher, em eleições gerais antecipadas, os representantes do Bundestag, o Parlamento alemão, que definirão o próximo chanceler, chefe de governo do país.
Cerca de 61 milhões de pessoas estavam convocadas para ir às urnas.
Em linhas gerais, os eleitores escolhem um candidato, mas também votam em um partido. Quanto mais votos a legenda receber, mais cadeiras terá no Bundestag
Com o crescimento da extrema direita, representada pelo partido AfD, especialistas apontam que a formação de uma coalizão governamental será difícil, o que pode ameaçar a estabilidade política do país.
Nos últimos anos, todos os partidos que compõem o Bundestag se recusaram a trabalhar ou formar alianças com a AfD, já que a legenda é investigada por extremismo e acusada de abrigar movimentos neonazistas.
Além disso, a eleição na Alemanha, a maior economia da União Europeia, também pode definir os rumos do bloco e as respostas da Europa a provocações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre a Ucrânia e as tarifas.
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Nas eleições alemãs, o eleitor precisa preencher duas cédulas, conhecidas como Erststimme (primeiro voto) e Zweitstimme (segundo voto).
No primeiro voto, o eleitor escolhe um candidato do distrito em que mora para ser eleito deputado.
No segundo voto, o eleitor vota em um dos partidos que concorrem às eleições.
Vale ressaltar que o eleitor não é obrigado a votar no mesmo partido nas duas cédulas. Ou seja, é possível escolher um candidato de um partido no primeiro voto e, no segundo, apoiar outra legenda.
Das 630 cadeiras do Bundestag, 299 são ocupadas pelos deputados eleitos diretamente em seus respectivos distritos. As outras 331 são distribuídas proporcionalmente ao número de votos que cada partido recebeu. Ou seja, quanto mais votos um partido obtiver, mais assentos ele terá no Parlamento.
Na distribuição proporcional, os partidos preenchem suas cadeiras com base em uma lista estaduais pré-definidas e registrada junto às autoridades eleitorais antes da votação. Geralmente, essa lista é liderada pelo principal nome do partido, que costuma ser o candidato a chanceler.
Com o Parlamento formado, cada partido irá indicar um nome para a escolha do próximo chanceler e cabe ao presidente alemão escolher um dos candidatos.
Após a escolha do presidente, os parlamentares realizam uma votação interna e secreta para decidir se o nome será aprovado ou não. Se eleito, o chanceler começa a formar o governo.
Alemanha vai às urnas para eleger o próximo Parlamento
Kayan Albertin/g1
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