Lula diz que Delfim Netto era “adversário inteligente” e “referência econômica”

Delfim Netto estava internado desde o dia 5 de agostoCreative Commons

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a morte  do economista Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e ex-deputado federal. Ele morreu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 96 anos.

Lula afirmou que Delfim Netto era um “adversário político inteligente” e uma das “referências do debate econômico”.

“Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos. Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”, diz trecho da nota de Lula.

O petista finalizou se solidarizando com os “familiares, amigos e alunos de Delfim Netto”.

O Ministério da Fazenda também prestou condolências através de nota.

“O Ministério da Fazenda manifesta pesar diante do falecimento de Antônio Delfim Netto. Professor, economista, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e diplomata, Delfim Netto foi um referencial em diferentes fases da história do país. Por décadas, fomentou debates essenciais sobre a condução da política econômica brasileira. Neste momento de luto, os servidores do ministério da Fazenda manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Delfim Netto.”

Outros políticos e autoridades se despediram publicamente de Delfim. Um deles foi o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

“Profundo conhecedor das ciências econômicas, ocupou papel altivo na história do Brasil desde 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do país”, disse o senador.

“Delfim soube acompanhar nossa evolução política, deixando sua marca no pensamento econômico nacional. Meus sentimentos aos familiares”, disse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, afirmou que “apesar das divergências políticas e no próprio debate econômico, que tivemos ao longo da vida, Delfim Netto sempre teve compromisso com a produção e com o crescimento da economia. Mesmo tendo sido um ministro destacado do regime militar – liderou o chamado “milagre brasileiro” -, Delfim apoiou o governo Lula em momentos importantes e desafiadores.”

Delfim Netto, professor emérito na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), foi um dos políticos que permaneceu mais tempo no cargo de Ministro da Fazenda, atuando de 1967 a 1974. Além disso, ele exerceu a função de ministro do Planejamento de 1979 a 1985 e ocupou o cargo de ministro da Agricultura em 1979.

Entre 1975 e 1977, também serviu como embaixador do Brasil na França. Após o período de redemocratização, Delfim Netto continuou a ser uma figura influente no cenário econômico e político do país.

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