‘Ainda é cedo’, diz enviado dos EUA sobre plano de Trump para fim da guerra entre Ucrânia e Rússia


Keith Kellong afirmou que é vital envolver Putin nas tratativas do fim do conflito. Ministro das Relações Exteriores ucraniano disse neste sábado (15) país está pronto para ter conversa “profunda” com o governo americano e que há “uma receita muito simples para acabar com a guerra: a liderança dos Estados Unidos”. Enviado especial dos EUA à Ucrânia, general Keith Kellogg, e a ministra de Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, participam do Conselho de Segurança de Munique neste sábado (15) attend the Munich Security Conference (MSC) in Munich, Germany,
Boris Roessler/Reuters
O enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, disse neste sábado (15) que “ainda é cedo para dizer quando o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia estará pronto, já que a administração Trump está no poder há apenas 25 dias”.
Kellogg, que participa da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, acrescentou que, no entanto, “é vital envolver o presidente russo, Vladimir Putin, nas negociações para encerrar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia”.
“Goste você ou não, é preciso conversar com adversários”, disse Kellogg.
“Como um grande secretário de Defesa, o general Mattis, certa vez disse: ‘Posso não gostar desse filho da mãe, mas tenho que falar com ele'”, acrescentou.
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Kellogg também afirmou que os Estados Unidos desejam romper as alianças da Rússia com Coreia do Norte, China e Irã.
O enviado também afirmou que a Europa não terá um lugar à mesa nas negociações de paz para a Ucrânia. O comentário ocorreu após Washington enviar um questionário às capitais europeias, perguntando o que elas poderiam contribuir para garantias de segurança a Kiev.
Trump chocou os aliados europeus esta semana ao telefonar para o presidente russo, Vladimir Putin, sem consultá-los ou a Kyiv antecipadamente, e declarar o início imediato das negociações de paz para a Ucrânia.
Funcionários da administração Trump também deixaram claro nos últimos dias que esperam que os aliados europeus da OTAN assumam a responsabilidade primária pela região, já que os EUA agora têm outras prioridades, como segurança fronteiriça e o combate à China.
Questionado se poderia garantir ao público que ucranianos e europeus estariam à mesa nas negociações, Kellogg disse : “a resposta para essa última pergunta [sobre os europeus], da forma como você a formulou, é não.”
Os ucranianos, no entanto, estarão, “obviamente,” à mesa, disse ele, acrescentando que seria tolice sugerir o contrário.
O comentário provocou uma imediata repreensão de líderes europeus.
Ucrânia pronta para falar com EUA
A Ucrânia está pronta para ter uma conversa “profunda” com os Estados Unidos sobre como avançar para encerrar a guerra com a Rússia, afirmou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, no Conselho de Segurança de Munique, neste sábado (15).
Ele disse que a segurança transatlântica e a ucraniana são indissociáveis. Sybiha também destacou que existe uma “receita muito simples para acabar com a guerra: a liderança dos Estados Unidos”.
Neste sábado, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse ter vetado um acordo proposto pelo presidente americano, Donald Trump, para dar acesso aos Estados Unidos a recursos minerais estratégicos em terras raras do país do leste europeu.
Zelensky também pediu pela criação de um “exército da Europa” para se proteger contra a Rússia, sugerindo que os EUA talvez não venham mais em auxílio do continente.
O presidente ucraniano também afirmou que a Ucrânia “nunca aceitará acordos feitos às nossas costas sem a nossa participação”, após o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordarem em iniciar negociações de paz.
Volodymyr Zelensky mostra mapa com recursos minerais da Ucrânia a jornalista da Reuters
REUTERS/Valentyn Ogirenko
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