Fechamento de clínica para idosos na véspera do fim de semana surpreende familiares em Ribeirão Preto: ‘Não tem com quem ficar’


Vigilância Sanitária deu três dias para casa de acolhimento encaminhar idosos para as famílias. Mulher relata que não sabia de irregularidades no local que foi alvo de operação com o MP em Ribeirão Preto (SP). Clínica para idosos é interditada no Jardim Paulista, em Ribeirão Preto
Uma mulher que preferiu não ser identificada criticou a maneira como a Vigilância Sanitária e o Ministério Público encerraram as atividades de uma clínica para idosos em Ribeirão Preto (SP) que não tinha licença para funcionar e deu três dias para os responsáveis encaminharem os internos para as famílias.
Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
A entrevistada, que havia internado o pai no local por indicações e dentro do valor que cabia em seu orçamento, afirmou que não tem condições de, do dia para a noite, encontrar um local adequado para o acolhimento dele.
“Vamos precisar de outro lugar para eles irem. Final de semana, a gente não resolve nada em Ribeirão, Ribeirão para final de semana. Ele não tem com quem ficar, eu tenho que trabalhar, senão, não pago onde ele está. E aí? O que eu faço?”, questionou.
A casa de acolhimento fica no Jardim Paulista e foi alvo de uma fiscalização da Vigilância Sanitária e do Ministério Público na sexta-feira (14). As autoridades apontaram uma série de irregularidades como a falta de licença para funcionar, além de fiações elétricas expostas e problemas de estrutura em banheiros e quartos.
Além da autuação, que pode resultar em multa, e da suspensão das atividades, as autoridades determinaram que, em três dias, todos os 25 idosos sejam encaminhados para as famílias.
‘Não vai ter vaga da noite pro dia’
Para pessoas que dependem do serviço, no entanto, achar uma clínica em condições de atender os idosos não é fácil e rápido. A filha de um dos internos relata que havia procurado a clínica oito meses atrás por indicação de outra pessoa, depois de recorrer a outras instituições na cidade e não encontrar vaga.
Atualmente, ela paga R$ 2,5 mil por mês para o estabelecimento no Jardim Paulista, sem contar custos com medicamentos e itens de higiene pessoal do pai. Até antes das denúncias, ela afirma que nunca tinha ouvido reclamações nem qualquer evidência de que o pai tenha sido maltratado no local.
Imagens mostram clínica para idosos interditada em Ribeirão Preto: à esquerda, fiação elétrica próxima a torneira; à direita, banheiro sem chuveiro.
Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto

“Até hoje ele é bem tratado, eu não tenho do que reclamar, ele come no horário, ele toma a medicação no horário, eu não tive mais intercorrências por causa disso, então assim, pra mim estava tudo bem”, diz.
Agora, ela não sabe o que fazer para dar o acolhimento ideal para o pai, que precisa de atenção especial. “Não tenho nem ideia, porque não vai ter uma vaga da noite pro dia, eu não sei o que fazer. (…) Não é só meu pai, quantos idosos estão ali dentro, que estão na mesma situação?”
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.