Cinco clínicas de estética foram interditadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) durante uma operação de fiscalização realizada em conjunto com as vigilâncias sanitárias locais. As ações foram em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.
Produtos vencidos, descarte incorreto e má esterilização foram revelados em operação comandada pela Anvisa em quatro estados – Foto: Anvisa/Divulgação/ND
Até o momento, duas clínicas foram totalmente interditadas e três parcialmente devido a irregularidades como produtos vencidos e falhas na higienização de instrumentos, aumentando o risco de infecções e doenças.
A operação “Estética com Segurança” começou na terça-feira (11) e conta com cerca de 50 fiscais. O objetivo é verificar as condições sanitárias e a regularidade dos produtos e serviços oferecidos, prevenindo riscos à saúde dos clientes.
Produtos vencidos e instrumentos mal esterilizados
No primeiro dia da operação, fiscais vistoriaram 19 clínicas de estética e embelezamento em diferentes estados. Todas apresentaram irregularidades.
Produtos vencidos e descartados eram usados como decoração em clínica – Foto: Anvisa/Divulgação/ND
Em Osasco (SP), uma clínica foi flagrada com mais de 300 ampolas de produtos injetáveis armazenadas de forma irregular, representando risco à saúde. Além disso, nove equipamentos médicos foram interditados.
Já em Goiânia (GO), fiscais encontraram produtos manipulados de forma fraudulenta, com os nomes dos funcionários no lugar dos clientes para burlar a fiscalização. Também foram apreendidos produtos vencidos e embalagens de fenol abertas, substância proibida no Brasil pela Anvisa. A clínica foi totalmente interditada.
Substância de fenol teve uso suspenso após casos graves dos últimos anos – Foto: Anvisa/Divulgação/ND
Em Belo Horizonte, a fiscalização apreendeu anestésicos vencidos e sem data de validade, além de fios e cânulas usados em procedimentos invasivos sem registro na Anvisa. O local foi interditado.
Em Brasília, os fiscais identificaram uma clínica operando sem a presença de um responsável técnico, colocando em risco a segurança dos clientes.
Clínicas omitem infecções e reutilizam materiais contaminados
A operação identificou graves riscos à saúde pública. Em Belo Horizonte (MG), fiscais flagraram a reutilização de instrumentos descartáveis para microagulhamento da pele, ainda com resíduos de sangue.
Em Goiânia (GO), foram encontradas anotações sobre dois casos de infecção não notificados ao sistema de saúde, o que viola a legislação sanitária e dificulta o rastreamento de surtos.
A operação da Anvisa identificou graves riscos à saúde pública – Foto: Anvisa/Divulgação/ND
Além disso, a Anvisa apontou a ausência de protocolos básicos de segurança do paciente e controle de medicamentos. Algumas clínicas não possuíam sequer pias para higienização das mãos. Em certos casos, os equipamentos eram esterilizados em banheiros de uso comum.
Cuidados ao escolher clínicas estéticas
Com o aumento de relatos de eventos adversos graves relacionados a procedimentos de estética e embelezamento, é necessário estar atento na escolha das clínicas.
Investigação é realizada pela Anvisa, em parceria com vigilâncias sanitárias municipais e estaduais – Foto: Anvisa/Divulgação/ND
De 2018 a 2023, os serviços de estética e embelezamento foram os mais denunciados junto à Anvisa dentre os “serviços de interesse à saúde”. A categoria inclui também serviços de hotelaria, estúdios de tatuagem e instituições de longa permanência para idosos, por exemplo.
Dados de 2023 da Anvisa demonstram que 61,3% das denúncias estavam relacionadas a serviços de estética e embelezamento.
Anvisa encontrou produtos armazenados incorretamente – Foto: Anvisa/Divulgação/ND
A agência alerta a população para sempre desconfiar de promessas milagrosas ou que garantam resultados, bem como de preços praticados muito abaixo do valor médio de mercado e recomendações de influenciadores.
Outra dica é sempre perguntar quais produtos estão sendo aplicados e, com os dados em mãos, conferir a regularidade dos produtos no site da Anvisa.