Dólar abre em alta em dia de expectativa por novas tarifas de Trump


No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,08%, cotada a R$ 5,7625. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com um recuo de 1,69%, aos 124.380 pontos. Dólar
freepik
O dólar abriu em leve alta nesta quinta-feira (13), com investidores na expectativa pelas novas tarifas recíprocas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia anterior.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
SAIBA MAIS:
ÚLTIMO PREGÃO DE 2024: Dólar acumulou alta 27% no ano; Ibovespa teve recuo de 10%
DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar desde o fim de 2024
O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda
Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
Às 09h03, o dólar subia 0,11%, cotado a R$ 5,7688. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,08%, cotada a R$ 5,7625.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,53% na semana;
recuo de 1,28% no mês; e
perdas de 6,75% no ano.

a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve baixa de 1,69%, aos 124.380 pontos.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,19% na semana;
perdas de 1,39% no mês;
ganho de 3,41% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque na agenda econômica desta quarta-feira ficou com os novos dados de inflação dos Estados Unidos. Segundo informação divulgada pelo Departamento do Trabalho norte-americano, o país registrou uma alta de 0,5% em janeiro.
O resultado representa uma aceleração em comparação ao observado em dezembro (0,4%) e veio acima do esperado pelo mercado, que projetava um avanço de 0,3% no mês. O número também volta a levantar preocupações sobre o futuro dos preços e dos juros no país, principalmente em meio às constantes ameaças tarifárias de Trump.
O receio é que a imposição de tarifas aos principais parceiros comerciais dos EUA acabem encarecendo os produtos norte-americanos e pressionando a inflação do país. Esse cenário não apenas impediria o Fed de continuar a cortar as taxas de juros nos Estados Unidos, como também estende a preocupação com uma eventual alta de preços pelo mundo.
Nesta semana, por exemplo, Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país a partir de 12 de março.
Dirigentes do Fed afirmaram que a instituição não tem pressa em reduzir os juros e que observará atentamente os desdobramentos do cenário político e econômico. Atualmente, os juros americanos estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, com o objetivo de reduzir a inflação anual, que está em 2,9%, para a meta de 2%.
Juros elevados também aumentam o rendimento dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que tende a provocar uma migração de capital estrangeiro para o país e pode fortalecer o dólar em relação a outras moedas.
Dólar mais caro também impacta a inflação em todo o mundo, já que esta é a principal moeda para as negociações comerciais e pode pressionar os preços principalmente das commodities, como combustíveis e alimentos.
Diante de todo esse cenário, falas recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, também ficaram no radar. O banqueiro central afirmou que a tarefa do BC norte-americano de levar a inflação à meta ainda está inacabada, mas reforçou a necessidade de cautela na análise de dados.
“Estamos perto, mas não chegamos lá em relação à inflação. […] Fizemos um grande progresso, mas ainda não chegamos lá”, afirmou Powell durante audiência ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, destacando que a instituição não tem pressa na condução dos juros.
Galípolo na mira dos investidores
Já no mercado doméstico, as atenções ficaram voltadas para novas falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo.
Durante evento realizado nesta quarta-feira, o banqueiro central afirmou que é esperado que o BC seja mais agressivo ao promover elevações da taxa básica (Selic), e mais cauteloso em momentos de cortes de juros.
Galípolo ainda afirmou que é natural que os agentes de mercado observem os dados de atividade para monitorar os efeitos da política monetária, mas sugeriu cautela nas avaliações e destacou parcimônia por parte do BC.
“O Banco Central vai tomar o tempo necessário para ter a certeza de que os dados que estão chegando confirmam uma tendência, e não simplesmente volatilidade de dados de alta frequência”, disse, enfatizando que o nível de juros caminho para um patamar bastante elevado.
O banqueiro central também comentou sobre as incertezas em relação às ameaças tarifárias de Trump, mas disse que o BC tem ouvido que o Brasil pode ter poucos impactos, devido à menor correlação com a economia norte-americana.
Na agenda de indicadores, o setor de serviços do Brasil encerrou 2024 com uma alta acumulada de 3,1%, no quarto ano seguido de ganhos, puxado por um mercado de trabalho aquecido. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Rafael Perez, economista da Suno Research, o avanço do volume de serviços prestados no ano passado também tem relação com “as condições mais favoráveis para a renda e o consumo das famílias”, além do avanço de atividades empresariais.
“Contudo, nos últimos meses, observamos sinais de desaceleração do setor, que começa a sentir os dados mais fracos de mercado de trabalho, confiança do consumidor e a perda de tração da economia brasileira”, explica o economista.
Perez acredita que, em 2025, os serviços devem ser mais impactados pelo ciclo de altas na Selic, que devem encarecer a tomada de crédito pela população e, por isso, tendem a reduzir a demanda por bens e serviços no país.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.