O consagrado muralista Eduardo Kobra está preparando a segunda maior obra de sua carreira. Denominado “Ciclos”, o mural com 5 mil metros quadrados será elaborado em dez silos industriais da fabricante de farinhas do Moinho Anaconda, em Curitiba, no Paraná. Um dos muralistas brasileiros mais conhecidos mundialmente, o paulistano Eduardo Kobra tem 49 anos de idade. Ele nasceu e se tornou um dos artistas mais conhecidos nas últimas duas décadas. Suas obras, marcadas pelo colorido e pelas cores expressivas, estão espalhadas pelos cinco continentes.Por ter nascido e crescido na periferia de São Paulo, Kobra viveu em constante contato em lugares onde a arte de rua era uma forma de expressão comum. Influenciado pelo grafite e pelas cores vibrantes das ruas, ele desenvolveu um estilo único que combina elementos da arte clássica com a linguagem moderna da rua.Ele se destacou inicialmente como grafiteiro, mas ao longo dos anos sua arte evoluiu para um estilo mais refinado e reconhecível, combinando elementos do grafite tradicional com técnicas em mural.O artista plástico assina mais de três mil murais em 35 países de todo o mundo. Só nos Estados Unidos, são cerca de 50 obras. Em Amsterdã, ele retratou Anne Frank, adolescente judia vítima do Holocausto, que se tornou um símbolo universal de resistência e força.A pintura, localizada no Boulevard Olímpico da Praça Mauá, é inspirada nos aros olímpicos e representa a paz e a união entre os povos.Uma das características Eduardo Kobra do trabalho de cobra é democratizar a arte, transformando ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias a céu aberto.O prestígio de Kobra internacionalmente é tão grande, que o artista já criou um mural no paredão da sede da ONU, em Nova York, em setembro de 2022.Personalidades importantes do mundo também são inspirações para Kobra, que já retratou a vencedora do prêmio Nobel da Paz de 2014, Malala, além do cantor Bob Dylan e do piloto de Fórmula 1, Lewis Hamilton. Em 2023, Kobra criou uma obra em homenagem à jornalista e apresentadora Glória Maria, que morreu em 2/2/2023. Em maio de 2024, o artista leiloou uma de suas obras por R$ 400 mil e reverteu o valor em doações para a tragédia das chuvas que atingiu o Rio Grande do Sul.