Você usa o celular em excesso? Desde a popularização dos smartphones, um fenômeno tem chamado a atenção: a nomofobia. Pouco conhecida por muitos, essa condição tem preocupado especialistas, pois pode impactar a saúde mental e a qualidade de vida.
Conheça a nomofobia, transtorno que vem afetando idosos – Foto: Freepik/ND
Conforme a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo, a nomofobia é o medo irracional de ficar sem o celular ou de não poder usá-lo, seja por falta de conexão com a internet ou bateria fraca. Com o avanço da tecnologia, muitas pessoas consideram um grande sacrifício passar o dia inteiro sem o smartphone, já que ele se tornou essencial para o trabalho e a vida social.
Esse vício pode levar a prejuízos reais, como acidentes de trânsito e a falta de diálogo entre pais e filhos. Além disso, seu uso excessivo pode causar efeitos negativos para a saúde, como insônia e ansiedade.
Nomofobia: idosos são as maiores vítimas
Um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) revelou que, embora os adolescentes representem a maioria dos casos de nomofobia, a presença desse transtorno entre os idosos surpreendeu os pesquisadores.
Embora os adolescentes representem a maioria dos casos de nomofobia, a presença desse transtorno entre os idosos surpreendeu os pesquisadores – Foto: Canva/ND
A pesquisa aponta que os idosos costumam consumir mais conteúdos violentos na televisão. Os especialistas destacam que, além de limitar o tempo de tela, é essencial enriquecer as atividades fora do ambiente digital.
Um artigo publicado na Revista de Medicina de Família, a nomofobia está frequentemente associada a fatores psicológicos como baixa autoestima e transtornos de ansiedade. A pesquisa sugere que a dificuldade de desconectar-se do celular pode ser tanto um gatilho para problemas emocionais quanto um sintoma de condições já existentes.
Mas como identificar os sinais da nomofobia?
Os sintomas da nomofobia podem ser confundidos com os de outros transtornos de ansiedade. Entre os sinais mais comuns estão:
- Ansiedade intensa ao ficar sem o celular;
- Tremores e sudorese;
- Respiração acelerada;
- Agitação e dificuldade de concentração;
- Taquicardia.
Como lidar com o problema
A solução não é simplesmente reduzir o tempo de tela, mas sim enriquecer o tempo offline. Estudos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, destacam que atividades como leitura, interação social e exercícios cognitivos ajudam a manter a mente ativa e diminuem a dependência digital.
Especialistas recomendam que, em vez de proibir o uso do celular, o ideal é estabelecer limites saudáveis e incentivar interações presenciais. “Precisamos equilibrar o mundo virtual e real. O avanço tecnológico é inevitável, mas podemos evitar que ele prejudique nossas conexões humanas”, conclui o estudo sobre nomofobia.
Especialistas recomendam que, em vez de proibir o uso do celular, o ideal é estabelecer limites saudáveis e incentivar interações presenciais – Foto: Freepik/ND