Ameaças de Trump, acusações de violar acordo e caos na libertação de reféns deixam ‘por um fio’ cessar-fogo em Gaza


Trégua no território palestino está em crise, e negociações para segunda fase foram adiadas. Israel e Hamas se acusam de violar acordo, e Netanyahu tem a bênção de Trump para retomar guerra. Quinze meses de guerra devastaram Gaza
AITHAM IMAD/EPA
O cessar-fogo em vigor na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza está “por um fio”. Ameaças de Trump, acusações cruzadas de violar o acordo e o caos visto na libertação de reféns do grupo terrorista aumentaram as tensões e geraram temores pelo rompimento da trégua, considerada frágil.
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O Hamas afirmou nesta terça-feira (11) que a Trump “não ajuda em nada e complicam ainda mais as coisas” quando sugeriu que Israel deveria romper o cessar-fogo e retomar a guerra caso o grupo terrorista atrase as próximas libertações dos reféns em seu poder em Gaza.
A declaração do presidente dos EUA na segunda-feira ocorreu após o grupo terrorista palestino ter suspendido “até nova ordem” as libertações de reféns em seu poder. Trump também prometeu “libertar o inferno em Gaza” caso os reféns não sejam libertados.
O Hamas afirmou que adotou a medida por conta de violações de Israel ao acordo de cessar-fogo, com bombardeios e interferência na entrada de ajuda humanitária no território. Israel, por sua vez, acusou o grupo terrorista de violar a trégua.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou nesta terça-feira que 92 pessoas foram mortas e outras 822 foram feridas desde o início do cessar-fogo, em 19 de janeiro, como resultado “ataques diretos” de tropas israelenses no território, mas sem dar mais detalhes.
Uma nova rodada de soltura de reféns israelenses pelo Hamas, em troca de prisioneiros palestinos, estava prevista para o próximo sábado (15). Até o momento, 16 reféns israelenses foram libertados em cinco rodadas diferentes. Um total de 33 seriam soltos na primeira fase do acordo —oito desses 17 reféns remanescentes estão mortos, segundo o Hamas.
Qual o futuro do cessar-fogo entre Israel e Hamas?
O Hamas também citou o atraso na libertação dos prisioneiros palestinos como justificativa da retenção dos reféns. Um atraso que ficou mais notório foi o de 30 de janeiro, quando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou as condições de soltura de reféns israelenses no sul de Gaza, que ocorreu em meio a uma multidão e com confusão.
Na ocasião, a tensão entre Israel e Hamas se elevou. Netanyahu afirmou que qualquer um que machucasse os reféns pagaria o preço, e o grupo terrorista, por sua vez, criticou o atraso na libertação dos presos palestinos.
As imagens da magreza dos reféns libertados no último sábado (8) também chocaram o mundo, e Israel critica o Hamas por fazer das rodadas de soltura um evento de propaganda.
Trump diz que EUA vão assumir Gaza
A fala de Trump de que os EUA “assumirão” a Faixa de Gaza no pós-guerra e que retiraria os palestinos do território para construir uma “Riviera do Oriente Médio” já havia elevado a temperatura.
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