Fim de contrato com van deixa alunos com diagnóstico de TEA sem transporte escolar em Campinas


Diretoria de Ensino Leste informou que fez uma contratação emergencial e que os estudantes com direito ao transporte para a Escola Tiquira serão atendidos a partir desta segunda (10). Crianças e adolescentes com TEA estão sem transporte escolar gratuito em Campinas
Crianças e adolescentes com diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) de Campinas (SP) que estudam em uma escola conveniada com o governo do Estado de São Paulo estão sem aulas por falta de transporte escolar.
Segundo as famílias, o encerramento do contrato da van ocorreu no final de 2024, e com o retorno das aulas, em janeiro, mães e jovens demonstram preocupação com o cenário.
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A analista comercial Ana Paula Lima Ferreira é mãe da Valquíria, de 13 anos, que há quatro anos estuda na instituição voltada a educação básica inclusiva, e tem medo que a bolsa seja cancelada por conta das faltas, além dos reflexos no desenvolvimento da filha.
‘Os autistas dependem de rotina, e ela sente falta da escola. Como não teve esse retorno, ela tem regredido em coisas básicas que ela já fazia. Então tem feito muita diferença, além da insegurança, por que retorno a trabalhar na quarta-feira, e não tenho rede de apoio para deixá-la”, destaca.
Segundo Ana Paula, as aulas deveriam retornar no dia 20 de janeiro, mas sem o transporte, Valquíria e outros estudantes ficaram sem ir à escola.
“No dia 20 de janeiro deveria ter retornado, mas não tinha transporte, e a escola falou que não tinha tido nenhuma devolutiva da Secretaria de Ensino. Depois fomos informados que no dia 3 de fevereiro, iria ter a van para atender, só que foi chegando o final de semana, e ninguém entrou em contato conosco, então no dia 3, as aulas não iniciaram novamente, não teve transporte”, completa.
Vitória é mãe de Vitor, de 9 anos, e fala sobre impactos da falta da van para o transporte de alunos com autismo para escola de Campinas (SP) conveniada com o governo do estado
Reprodução/EPTV
A falta da van expõe a complexidade que algumas famílias enfrentam para garantir o acesso à educação dos filhos.
No caso da diarista Vitória Nascimento da Silva, mãe de Vitor, de 9 anos, seria preciso pegar dois ônibus e perto de 1 hora para levá-lo até a escola, tendo de lidar não só com os gastos, em um momento que está sem trabalhar, mas também com as barreiras como falta de educação e preconceito.
“Ônibus superlotado, muito calor, ninguém respeita. Ninguém dá o assento para ele sentar, às vezes é difícil conseguir, pessoas não respeitam, mesmo usando o cordão [acessório usado por pessoas com autismo]”, lamenta.
Contrato emergencial
O advogado Pedro Henrique Bellini de Melo, especialista em direito a saúde, a ausência do transporte escolar não se enquadra apenas como um problema de locomoção, mas uma violação do direito a educação.
Procurada, a Direito de Ensino Leste de Campinas informou que uma contratação emergencial de transporte escolar foi realizada para atender os alunos da Escola Básica Tiquira. Os estudante que têm direito serão atendidos a partir da próxima segunda-feira (10).
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