Represa no interior de SP tem 7º ataque de piranhas: ‘saí e vi que tinha arrancado pedaço’, diz turista


Gesseiro Izaías dos Santos veio de Campo Grande (MS) e disse que sentiu “beliscada no dedo”, em Itirapina. Entrada de banhistas está proibida após primeiros ataques em janeiro. Turista é atacado por piranha na represa do Broa em Itirapina
Nilson Porcel/EPTV e Fabio Rodrigues/g1/arquivo
A Represa do Broa, em Itirapina, registrou o sétimo ataque de piranhas neste sábado (8). Desta vez, a vítima foi um turista que veio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele sofreu ferimentos no dedo mindinho do pé esquerdo.
O acesso de banhistas está proibido no local desde 27 de janeiro, logo depois do fim de semana em que os primeiros ataques aconteceram. A Prefeitura publicou um decreto com a proibição.
O ataque mais recente foi sofrido pelo gesseiro Izaías dos Santos. Ele disse ter “ouvido rumores” sobre as piranhas.
“Só que sou de Campo Grande, sempre tomei banho onde tem piranhas e nunca aconteceu ataque. Achei meio duvidoso, aí vim e constatei. Senti uma beliscada no dedo. Saí e vi que tinha arrancado um pedaço. Aí sabia que era piranha”, afirmou.
Guarda-vidas ajudaram turista atacado por piranhas na Represa do Broa
Nilson Porcel/EPTV
O turista não deixou claro por qual razão decidiu se arriscar no local mesmo com a proibição de acesso. Depois de ter sido atacado, mostrou preocupação com os mais novos. “Eu falei para o pessoal: ‘pegaram meu dedo aqui’. A gente avisa porque é perigoso. Adulto ainda vai, mas crianças… É bom evitar.”
Izaías não foi o único a descumprir o decreto. Outras pessoas frequentaram a Represa do Broa durante o dia.
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Novas medidas
Banhistas não têm respeitado decreto que proíbe acesso à Represa do Broa, em Itirapina
Nilson Porcel/EPTV
Antes do novo ataque, a Prefeitura de Itirapina anunciou, na manhã deste sábado (8), uma série de medidas que pretende implantar para evitar novos casos na represa do Broa.
Entre elas está a contratação de uma empresa para monitorar o local, uma nova lei e até um campeonato de pesca de piranhas.
Segundo a prefeitura, por ser um problema inédito no município, foram chamados especialistas e órgãos ambientais para a solicitação de orientações, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) Cuesta Corumbataí, o Comitê de Bacias Hidrográficas, a Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Em reunião feita na terça-feira (4) entre representantes da prefeitura, associação de moradores e um biólogo especialista foram definidas três frentes de atuação:
Contratação de uma empresa especializada em realizar o monitoramento da ictiofauna (conjunto de espécies de peixes que habitam uma região biogeográfica) na represa, com o objetivo de levantar informações sobre as frequências de espécies que caracterizam o ecossistema. Com isso, será possível estimar os períodos e locais de maior risco das piranhas e referenciar as decisões da prefeitura.
A criação de uma lei municipal específica para a regulamentação da pesca no município, sobretudo da proibição da soltura de espécies invasoras.
A realização de um campeonato de pesca de piranhas organizado pela associação de moradores, seguindo as regulamentações ambientais pertinentes ao período da piracema.
Não foram divulgadas datas da implantação das medidas ou envio da lei para aprovação da Câmara.
Ataques
O acesso de banhistas à Represa do Broa está temporariamente proibido por causa dos ataques de piranhas que deixaram seis turistas feridos nos dias 25 e 26 de janeiro.
O empresário Ednilson de Oliveira, de 46 anos, foi uma das pessoas atacadas e levou uma mordida profunda no calcanhar. Ele relatou uma “dor muito forte” e sangramento.
O risco à segurança dos frequentadores, turistas e moradores locais levou a prefeitura a publicar um decreto no Diário Oficial, no dia 27 de janeiro, proibindo o acesso ao balneário.
Turista teve pé mordido por piranha na represa do Broa em Itirapina
Arquivo pessoal e Fabio Rodrigues/g1/arquivo
No dia 31 de janeiro, um novo decreto foi publicado reforçando a proibição que abrange toda a extensão da área de banho e inclui pontos de entrada frequentemente utilizados por banhistas.
Entre as medidas novas adotadas, estavam a instalação de placas de sinalização alertando sobre os riscos, monitoramento técnico contínuo da área e comunicação com órgãos competentes para garantir a segurança dos usuários.
Embora o acesso à água esteja proibido, será permitida a entrada de embarcações, desde que os ocupantes não tenham contato direto com a água.
A prefeitura informou que as atividades náuticas, como motos aquáticas e esqui aquático, estão suspensas durante este período. A liberação da área para banho dependerá de uma avaliação técnica ambiental e do cumprimento das exigências estabelecidas pelos órgãos responsáveis.
A represa do Broa é um importante ponto turístico da região e atrai centenas de turistas.
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