Suspeito de abusar da babá do filho tem pedido de liberdade negada pela Justiça do Acre


Rafael dos Santos Soares está preso desde 25 de janeiro por estupro. Ele é suspeito de abusar da babá do filho de 2 anos no bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco. Defesa diz que não houve estupro, mas sim uma relação consensual. Rafael dos Santos Soares está preso desde janeiro por estupro
Reprodução
A Justiça do Acre indeferiu, em caráter liminar, um pedido de soltura para Rafael dos Santos Soares, de 26 anos, preso desde 26 de janeiro suspeito de abusar sexualmente da babá do filho de 2 anos no bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco.
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A defesa destacou que a Justiça ainda vai julgar o mérito do pedido. Caso seja negado, os advogados de Rafael devem recorrer da decisão.
A jovem estava no segundo dia de trabalho e tinha conseguido o emprego para ajudar financeiramente a mãe. No dia 25 de janeiro, quando chegou para trabalhar no bairro Mocinha Magalhães, a jovem diz que foi estuprada pelo patrão.
Rafael acabou preso em flagrante pelo crime no bairro Estação Experimental, levado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e passou por audiência de custódia, quando teve a prisão preventiva decretada.
O g1 conversou com a mãe da jovem. Veja relato abaixo
Além do abuso, a vítima relatou que foi agredida fisicamente, ameaçada com uma faca e enforcada até desmaiar pelo suspeito. A jovem conseguiu chamar a mãe após o suspeito sair da casa. Os familiares que chamaram a Polícia Militar (PM-AC) e denunciaram o crime.
Pedido de liberdade
Rafael já tem condenação por importunação sexual, roubo majorado e furto qualificado. Ele já era monitorado por tornozeleira eletrônica.
Entre as justificativas da Justiça para converter a prisão do suspeito em preventiva estavam os maus antecedentes criminais dele. No habeas corpus, a defesa argumentou que o fato do suspeito ter processo em andamento e com condenação não pode ser justificativa para que haja a conversão da prisão em flagrante em preventiva.
A defesa contesta ainda a tese de estupro e afirma que houve relação sexual consensual.
“Não ficou demonstrado [ o estupro]. Inclusive, dentro dos autos e exame de corpo de delito indicam que não há indícios de violência sexual. Essa foi a conclusão preliminar do perito. A justificativa para conversão da prisão em flagrante em preventiva não obedeceu os requisitos legais e esses requisitos já são estabelecidos pelo Código de Processo Penal”, pontuou o advogado Luiz Martins de Oliveira Neto.
Vítima ajudava a mãe financeiramente
A jovem é estudante de enfermagem e trabalha como atendente de telemarketing. Após a mãe ter tido gastos com o conserto do carro, a vítima passou a buscar um segundo emprego para ajudar nas despesas da casa.
Conforme a mãe, a filha viu, em um aplicativo de conversas, a mensagem da mulher do suspeito procurando uma babá há cinco meses. A vítima mandou mensagem, contudo, só obteve retorno na última quarta-feira (22). A jovem começou a trabalhar no dia 23.
“A mãe do menino mandou mensagem perguntando se ela ainda estava disponível. Era em um horário diferente do outro trabalho e ela disse que ficaria entre três a quatro meses para ajudar a organizar nossas finanças. Eu tenho dois empregos e estava atrás de outro, então, disse que eu ficaria sobrecarregada e preferiu ir trabalhar”, recorda.
Ainda segundo a mãe da jovem, a estudante contou que logo no primeiro dia percebeu um comportamento estranho no suspeito. “Fez algumas perguntas estranhas para ela, perguntou se ela namorava, se era casada. Ela disse que não namorava, mas que não queria falar da vida pessoal e que estava ali para cuidar do neném. A partir daí, ele foi super ignorante”, diz.
No dia 24, a mulher do suspeito estava de folga do trabalho e a babá não precisou ficar com a criança. Contudo, a mãe da vítima contou que a mulher pediu para que a filha ficasse com o menino enquanto ela iria ao supermercado. “Ela disse que não iria, mas que podiam trazer o menino para nossa casa. Foi aí que ele ficou sabendo onde é nossa casa. Ela ficou cerca de uma hora e meia com a criança”, conta.
Já no dia 25, a mulher recorda que a filha saiu para a casa do casal preocupada com o comportamento do suspeito. “Me perguntou o que faria se ele fizesse perguntas estranhas e falei que achava bom ela não ir mais. Falei para dizer que era uma menina direita e que não ficaria mais com o filho dele se continuasse a questionando daquele jeito”, pontua.
Já na casa do suspeito, a vítima falou para a família que foi abordada novamente pelo homem com perguntas íntimas.
“Ela disse que ele ficou em pé na frente dela perguntando se não o achava bonito, atraente e começou atacar ela. Ele nem deveria estar lá porque quando ela foi contratada, a mulher [esposa do suspeito] falou que ele saia para trabalhar como motorista de aplicativo e só voltava à noite”, reforça.
Segundo a mãe da vítima, a filha desmaiou quando o suspeito a enforcou. Quando acordou, ela disse que estava sozinha na casa com o filho de 2 anos do suspeito trancado no banheiro. Ainda segundo a parente, a jovem gritou por socorro, mas ninguém da vizinhança ouviu.
“Ele puxou um monte de cabelo dela para ela calar a boca. Bateu nela, ameaçou dizendo que conhecia a rotina dela, os irmãos gêmeos dela e que não tinha medo de mim. Depois de tudo [do abuso] ele segurou no pescoço dela e ela apagou”, lamentou a mãe
A estudante então ligou para a mãe e contou aos prantos o que tinha acontecido. A mãe, então, acionou a Polícia Militar (PM-AC), que foi até a casa socorrer a babá. A jovem foi atendida na Maternidade Bárbara Heliodora.
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar:
Polícia Militar -190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
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