Campinas é 1ª cidade do Brasil a criar Dia do Patrimônio Funerário; cemitério reúne histórias de personalidades a milagreiros


Cemitério da Saudade reúne túmulos de personalidades e personagens de lendas urbanas. Data ajuda a preservar e valorizar memórias históricas da cidade. Campinas é a primeira cidade a instituir o ‘Dia do Patrimônio Cultural Funerário’
Campinas (SP) é a primeira cidade do Brasil a instituir o Dia do Patrimônio Cultural Funerário, criado para valorizar e preservar memórias históricas presente nos cemitérios da cidade. A data definida em lei é 7 de fevereiro, a mesma do aniversário da inauguração do Cemitério da Saudade, em 1881.
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E é o Cemitério da Saudade, o maior da metrópole, e com milhões de pessoas sepultadas, que há um infinidade de histórias, de personalidades a milagreiros
“O Cemitério da Saudade nasceu Cemitério do fundão, quando recebe a tarefa de susceder o nosso cemitério municipal, que ficava na região da Vila Industrial. Também acolhe alguns cemitérios de ordens religiosas e começa se estruturar como nosso principal cemitério”, explica Thiago de Souza, pesquisador de cemitérios.
Thiago também é um dos idealizadores do projeto “O Que Te Assombra”, que promove o passeio “Saudade e Suas Vozes”, um tour guiado, sempre à noite, onde os visitantes são apresentados a histórias e curiosidades do Cemitério da Saudade.
Mas quem visita o cemitério durante o dia, também pode ter acesso a informações sobre as personalidades e túmulos famosos por meio de placas informativas.
Um dos túmulos mais visitados é o de Antônio Africano, o Toninho Milagreiro, figura relacionada a outra história famosa de Campinas, a lenda do Boi Falô.
Por um período, havia uma mística sobre uma água que vertia do jazigo com propriedades milagrosas. Há centenas de placas por graças alcançadas colocadas no túmulo.
Personalidade que batiza uma das principais avenidas de Campinas, Francisco Glicério também é lembrado no passeio, principalmente por sua atuação política, sendo um dos signatários da 1ª Constituição Brasileira.
Cemitério da Saudade, em Campinas
Osvaldo Furiatto/Acervo
Outra jazigo que desperta curiosidade é do Dr. Vieira Bueno, que foi prefeito de Campinas, e como médico teve atuação destaca no combate às epidemias de febre amarela que assolaram a cidade no fim do século 19.
Também virou milagreiro do cemitério, sendo procurado por estudantes que querem passar no vestibular, e após o sucesso, deixam no local cadernos e outros materiais escolares em forma de agradecimento.
Para Cristina Borges, guia de turismo, o avanço do turismo cemiterial tem ajudado a mostrar o valor histórico e cultural em um local antes associado apenas a dor e tristeza.
“Num primeiro momento existe um certo receio, porque a gente sempre vai ao cemitério para uma despedida, um momento de tristeza muito pessoal, particular, e quando você oferece isso como um passeio, como uma curiosidade, como uma troca de conhecimento, as pessoas saem daqui completamente diferentes de como elas chegaram”, defende.
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Cemitério da Saudade, em Campinas
Gabriela Ferraz/EPTV
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