Decisão de Trump suspende tratamento do HIV em Florianópolis; entenda a razão

Uma decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve impacto direto na saúde de Florianópolis. O programa A Hora é Agora, de testagem e tratamento do HIV, foi encerrado na quinta-feira (6) devido ao corte do investimento estadunidense.

Decisão de Trump afeta tratamento do HIV em Florianópolis

O corte de Trump pode pode representar uma “ameaça global”, diz a OMS – Foto: Divulgação/ND

Em 24 de janeiro, Donald Trump determinou a suspensão do financiamento para o Pepfar (Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da Aids), que promovia o acesso a terapias antirretrovirais em mais de 50 países, entre eles o Brasil.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) expressou preocupação com as 30 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids ao redor do mundo que serão afetadas pela decisão, que pode representar uma “ameaça global”.

A Prefeitura de Florianópolis foi comunicada do corte pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), parceira do A Hora é Agora. Além da capital catarinense, o programa atendia Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande e Fortaleza.

Programa A Hora é Agora é encerrado por interrupção do financiamento dos EUA

O programa A Hora é Agora oferecia testagem e tratamento do HIV em cinco capitais brasileiras – Foto: Arquivo/Agência Brasil/Divulgação/ND

A iniciativa garantia o acesso à testagem e ao tratamento do HIV/aids em Florianópolis desde 2019. O projeto contribuiu para que a cidade se tornasse referência nacional no combate à doença, sendo que 96% dos 9 mil cidadãos que vivem com o vírus têm carga viral indetectável, ou seja, não transmitem.

“Além disso, conseguimos atingir 30% de queda no registro de novos casos nos últimos anos. É uma vitória de todos nós”, destaca o médico da família e comunidade, Ronaldo Zonta.

Florianópolis estuda medidas para garantir tratamento do HIV: ‘Ninguém ficará desamparado’

Tratamento do HIV é feito com medicamentos antirretrovirais

O tratamento do HIV permite que 96% das pessoas diagnosticadas em Florianópolis não transmitam o vírus – Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil/ND

Pega de surpresa pelo fim dos recursos, a Prefeitura de Florianópolis estuda alternativas para manter o tratamento do HIV. Uma possibilidade é a contratação emergencial de médicos infectologistas para atender quem vive com a doença, além da convocação de enfermeiros e farmacêuticos via concurso.

“Nosso compromisso é de que os serviços sejam mantidos, mesmo que sejam necessárias adequações, trabalhar com os nossos recursos. Nenhum paciente ficará desamparado, pois garantir o tratamento adequado, quando falamos dessa pauta, é uma questão de qualidade de vida, de prevenção da vida”, assegura Almir Gentil, secretário de Saúde do município.

Governo americano suspende programa de combate ao HIV

Interrupção do financiamento dos EUA afetará mais de 30 milhões de pessoas que vivem com o vírus em 50 países – Foto: Freepik/Divulgação/ND

O prefeito de Florianópolis, Topazio Neto, ressaltou que a gestão está trabalhando para mitigar a suspensão dos investimentos, com o objetivo de manter o patamar de cobertura total de tratamento do HIV para quem é diagnosticado.

“O enfrentamento ao HIV não pode sofrer interrupções, pois colocaria em risco a saúde de quem vive com o vírus, além de poder influenciar na positivação de novos casos, coisas que a gente não quer que aconteçam. Essa é uma pauta da cidade, pois todos podem precisar do serviço um dia”, declara o prefeito.

E agora? Saiba como buscar atendimento em Florianópolis

Atendimento em UPA de Florianópolis

As UPAs e Centros de Saúde oferecem PEP ((Profilaxia Pós-Exposição de Risco) – Foto: Divulgação/ND

Diante do encerramento do programa A Hora é Agora, a Prefeitura de Florianópolis divulgou os canais de atendimento para combate ao HIV na cidade, como acesso a medicamentos, consultas e tratamento:

  • Encaminhamento de testagem, consultas e renovação de receitas: Alô Saúde Floripa (0800 333 3233);
  • Apoio ao tratamento e prescrição de TARV (terapia antirretroviral) para pessoas vivendo com HIV/aids: Serviço por Whatsapp (48 3239-1542);
  • Entrega de medicamentos e das profilaxias PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco) e PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): Farmácias das policlínicas;
  • Atendimento de PEP: UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e Centros de Saúde;
  • Agendamento de PrEP: Whatsapp (48 9 9608-6606).
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