Mulher baleada pela Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal, no Rio, recebe alta


Juliana Rangel vai passar por um processo de recuperação com fisioterapia e acompanhamento médico para tratar a visão, que ficou comprometida. Mas, segundo os médicos, ela vai poder voltar a ter uma vida normal. Mulher baleada pela Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal, no Rio, recebe alta
Teve alta nesta quinta-feira (6), no Rio de Janeiro, a mulher baleada pela Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal.
Vitória se comemora com aplausos. Depois de lutar pela vida no hospital, a Juliana Rangel está voltando para casa.
“Graças a Deus, eu voltei. Obrigada, gente, obrigada”, diz Juliana Rangel.
A Juliana é uma sobrevivente. Foi baleada na cabeça em uma abordagem desastrosa da Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal. Ela e a família iam de carro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para a casa da irmã em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
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Nesta quinta-feira (6), Juliana finalmente pôde ir para a casa da irmã.
“Agora, a gente vai reunir a família toda para a gente fazer a ceia de Natal que a gente não teve”, conta Dayse Rangel, mãe de Juliana.
“Não dá nem para acreditar. Minha irmã está aqui de volta, viva. Ai, meu Deus, é uma maravilha”, comemora Jéssica Rangel, irmã da Juliana.
Dia de abraços, de carinho e de realizar desejos.
“Hoje, eu pretendo, se puder, comer minha coxinha. Me deram até blusa de coxinha, gente. No hospital estava conhecida como coxinha”, diz Juliana Rangel.
Mulher baleada pela Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal, no Rio, recebe alta
Jornal Nacional/ Reprodução
Mesmo tendo ficado intubada por vários dias no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, Juliana lembra bem do acidente:
“O vidro estourou, eu tentei proteger meu irmão, que é deficiente visual de um olho. Aí mandei meu irmão abaixar, a namorada dele, que tem 19 anos… E eu fui ver, pensei que era assalto. Eu ia falar: ‘Calma, gente. Eu vou entregar tudo, calma’. Mas aí não deu tempo”, conta.
Em depoimento, os agentes disseram que ouviram disparos, deduziram que vinham do carro da família e atiraram.
“A justiça tem que ser feita. Foi um absurdo o que aconteceu”, afirma Dayse Rangel, mãe de Juliana.
A Juliana vai passar agora por um processo de recuperação com fisioterapia e acompanhamento médico para tratar a visão, que ficou comprometida. Mas, segundo os médicos, ela vai poder voltar a ter uma vida normal. Depois de 44 dias no hospital, a Juliana já é uma mulher diferente, com mais força de vontade e com novos sonhos.
“Quero fazer uma faculdade, quero ficar mais com a minha família. Aproveitar a vida do jeito mais simples possível”, afirma Juliana Rangel.
A Polícia Rodoviária Federal afastou os agentes envolvidos, e a Polícia Federal aguarda a conclusão da perícia técnica.
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