Brumadinho: 6 anos após tragédia, bombeiros encontram segmentos de possível vítima; três seguem desaparecidas


Rompimento da barragem da Vale completou seis anos em janeiro. Bombeiros mantêm buscas por três vítimas. Ao todo, 270 morreram. Vista aérea mostra bombeiros trabalhando em lama após rompimento de barragem em Brumadinho
Douglas Magno/ AFP
Mais de seis anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais encontrou, na manhã desta quinta-feira (6), “vários segmentos de interesse” na área de buscas pelas vítimas. A tragédia deixou 270 pessoas mortas, das quais três seguem desaparecidas.
A corporação não detalhou o que seriam os “segmentos de interesse”, mas informou que eles foram encaminhados para a perícia da Polícia Civil para o procedimento de identificação.
Faz mais de dois anos desde que uma vítima da tragédia foi identificada pela última vez. Trata-se de Cristiane Antunes Campos, funcionária da Vale que atuava como supervisora de mina. Ela foi identificada por meio de exames de DNA, em dezembro de 2022.
O g1 questionou a PCMG sobre os segmentos enviados pelos bombeiros nesta quarta-feira e a previsão de conclusão das análises, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Buscas
Seis anos depois, o Corpo de Bombeiros mantém as buscas pelas vítimas ainda não encontradas.
Os militares atuam com o apoio de estações de busca, que processam o material recolhido por máquinas e separam os fragmentos maiores dos mais finos. Os bombeiros são treinados para inspecionar visualmente tudo o que passa pelas esteiras e, desde o fim do ano passado, contam com a ajuda de inteligência artificial nesse processo.
Ao longo de 2024, a Polícia Civil recebeu 20 segmentos humanos localizados pelos bombeiros na área de buscas.
Vítimas desaparecidas
A barragem da Vale se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019 e despejou 12 milhões de m³ de rejeito em instalações da empresa, comunidades e no Rio Paraopeba.
Das 270 pessoas que morreram na tragédia, as três que seguem desaparecidas até hoje são:
◾ Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, que passava as férias com a família em uma pousada soterrada pela lama;
◾️ Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, estagiária da Vale que estava no horário de almoço, conversando com o marido por telefone, no momento do colapso da estrutura;
◾ e Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, engenheiro mecânico recém-formado que tinha sido transferido para a mina em Brumadinho cerca de 20 dias antes da tragédia.
Maria de Lurdes da Costa Bueno, Nathália de Oliveira Porto Araújo e Tiago Tadeu Mendes da Silva
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