Médicos plantonistas que prestam serviços à Saúde estadual cobram 5 meses de salários atrasados em RR


Profissionais atuam em unidades como o Hospital Geral de Roraima e a Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, os dois maiores do estado. Atraso afeta ao menos 130 médicos. Bloco do Hospital Geral de Roraima (HGR), o maior hospital do estado
Sesau/Divulgação/Arquivo
Médicos que atuam como plantonistas por meio de contratos com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) afirmam que estão há cinco meses sem receber salários em Roraima. A falta de pagamento atinge ao menos 130 profissionais.
Com medo de sofrer perseguições por parte da Sesau, alguns médicos conversaram com o g1 e, sem se identificar, relataram que os que estão sem receber atuam por meio de contratos de Pessoa Jurídica (PJ) em unidades como o Hospital Geral de Roraima (HGR), que é o maior hospital de Roraima, na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, além da Policlínica Cosme e Silva, e do Hospital das Clínicas.
Os médicos afirmam que estão receber desde agosto de 2024, ou seja, o atraso inclui os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado, mais o mês de janeiro deste ano. Uma das médicas ouvidas pela reportagem contou que o diálogo com a Sesau tem sido difícil.
Entre os médicos afetados estão clínicos gerais, ginecologistas, neurocirurgião e cirurgião. Para receber, os profissionais precisam apresentar as notas fiscais dos serviços prestados, o que foi feito, conforme os médicos ouvidos pelo g1.
“Eles [Sesau] sempre tentam colocar a culpa em alguma documentação errada, porém a verdade é que quando chega a parte de pagamento, sempre fica enrolado, demora semanas, o contrato não é comprido. Não podemos falar nada, exigir nada, ou somos tirados da escala e expulsos até das empresas por ordem de cima, sempre tem retaliação”, contou.
“Vivemos com medo, sem saber quando vamos receber nosso pagamento, algo que é nosso direito”, resumiu a profissional.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que “com a abertura e liberação do sistema de pagamento do Governo, as notas fiscais referentes a 2024 estão atestadas para pagamento e seguirão o trâmite normal.”
Disse ainda que “é importante pontuar que para ser efetuado o pagamento, antes é necessária análise rigorosa de todas as notas fiscais com o atesto de todos os serviços executados, além da conferência de frequência de escala de plantão médico.”
Outra médica, que também pediu para não ser identificada, relatou que a situação “está insustentável e tem levado os profissionais a níveis altíssimos de estresse, ansiedade e insegurança”. Os médicos afirmam, no entanto, que mesmo sem receber, continuam prestando serviço nas unidades, pois têm medo de perder o emprego ou serem perseguidos profissionalmente pela Sesau.
O g1 procurou o Sindicato dos Médicos de Roraima, mas não recebeu resposta até a última atualização da reportagem.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que “se solidariza com a situação vivenciada e reforça que estes profissionais são fundamentais para a prestação de serviços de saúde pública, merecem respeito e que seus direitos sejam preservados.” O órgão, no entanto, não informou o que tem feito para defender os direitos da categoria.
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