Celulares e drogas: o que foi achado em presídio de policiais denunciados por delator do PCC

Uma operação realizada na terça-feira (04) pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo resultou na apreensão de 23 celulares no presídio destinado a policiais civis no Carandiru. Atualmente, 69 agentes estão presos nesse local, incluindo policiais ligados ao delator do PCC, morto no Aeroporto de Guarulhos no ano passado.

delator do PCC sentado em frente a moto

O delator do PCC Vinicius Gritzbach foi assassinado a tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos no ano passado – Foto: Reprodução/Record TV

A operação, chamada Video Vocacionis (derivada de “videochamada”, adaptado em latim), foi motivada pela investigação de dois policiais encarcerados no presídio.

A Corregedoria concluiu que Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, apelidado de Bolsonaro, usaram celulares para fazer videochamadas de dentro do presídio. Durante as chamadas, pressionaram um comparsa a omitir informações sobre eles em depoimentos à polícia e à Justiça.

De acordo com a investigação, eles foram auxiliados por dois familiares. O Estadão não conseguiu localizar as defesas de Xixo e Bolsonaro.

‘Bolsonaro’ e Xixo tinham ligações com delator do PCC

Xixo e Bolsonaro foram presos preventivamente pela Polícia Federal em setembro do ano passado, acusados de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ambos receberam R$ 800 mil em propina para arquivar uma investigação sobre tráfico de drogas.

Policiais usaram celular para pressionar comparsa a omitir informações  – Foto: Flávio Tin/ND

Eles teriam ligações com Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, morto no Aeroporto de Guarulhos. A maior parte dos celulares foi encontrada enterrada em um jardim, localizado em área comum do presídio.

Além dos 23 celulares, foram apreendidos:

  • 14 carregadores
  • 26 fones de ouvido
  • 11 smartwatches (relógios com acesso à internet)
  • R$ 21.672,15
  • Dólares
  • Euros
  • Notebook
  • Roteador
  • Pequena quantidade de drogas

Simultaneamente à busca no presídio, a operação cumpriu um mandado de busca e apreensão contra um delegado da Polícia Civil, que não está preso, mas é investigado por envolvimento no esquema para arquivar a investigação sobre tráfico de drogas. O nome do delegado não foi divulgado, mas ele também teria ligações com o delator do PCC.

Vinícius Gritzbach foi assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 8 de novembro de 2024 – Foto: R7/ND

A operação contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP, da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária, da Controladoria-Geral do Estado, da Polícia Científica e da Guarda Civil Metropolitana.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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