Nesta terça-feira (4) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Conheça a história de superação de Juliana Martins, de 42 anos, que derrotou a doença no colo do útero. Juliana Martins foi diagnosticada com câncer no colo do útero pela primeira vez em 2013
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A vida está tranquila, a rotina é a mesma. Trabalho dali, lazer lá. Eis que uma simples consulta de rotina ao médico muda tudo. Esta foi a realidade da Juliana Martins, de 42 anos, ao descobrir o primeiro câncer, em Presidente Prudente (SP). Mesmo após superá-lo, a prudentina despertou por mais quatro vezes este sentimento de mudança. Spoiler: todos eles foram vencidos!
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Nesta terça-feira, dia 4 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A data tem como objetivo incentivar a conscientização e educação sobre a doença. Pensando nisso, o g1 conversou com a prudentina que superou o câncer e atualmente ajuda outras pessoas compartilhando sua história.
Em fevereiro de 2013, durante um exame preventivo com uma ginecologista, Juliana foi diagnosticada com Papilomavírus Humano, também conhecido como HPV. No caso dela, o vírus foi possivelmente passado pela mãe durante a gestação, conforme o médico lhe explicou. O caso já estava avançado e resultou no diagnóstico de câncer no colo de útero.
“Em 2012, eu fui fazer um cruzeiro pela empresa que eu trabalhava e tomei todas as vacinas. O fato de tomar as vacinas, que são feitas de vírus vivo, foi o que acordou o câncer e a esclerose também”, disse ao g1.
Juliana também foi diagnosticada com Esclerose Múltipla, doença que afeta o sistema nervoso central, podendo ocasionar lesões cerebrais e medulares. Enquanto enfrentava a doença, ela sentia vergonha de compartilhar a notícia com os familiares e amigos. Mas, de repente, algo mudou.
“Eu tinha vergonha de falar tanto do câncer, quanto da esclerose. Mas, a partir do momento que eu vi que eu poderia ajudar outras pessoas, algo mudou. Uma vez, no meu trabalho mesmo, uma colega chegou logo depois de mim e falou ‘também aconteceu comigo’. O fato de eu ter falado, ter ajudado, eu pensei , ‘opa, então eu estou fazendo errado, eu tenho que falar para ajudar, para que outras pessoas busquem o diagnóstico precoce também’”, contou.
Juliana venceu o câncer no colo do útero cinco vezes
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Juliana passou por uma cirurgia e tirou a tampa do colo do útero, além de parte da extensão. A doença foi tratada e, alguns meses depois de curada, os médicos descobriram a volta do câncer. O tratamento foi retomado, Juliana passou por mais uma cirurgia, desta vez de cauterização, e tudo foi solucionado.
Ainda no mesmo ano, a notícia se repetia. A prudentina foi diagnosticada pela terceira vez.
“Foi muito em um espaço curto de tempo. Eu falei, ‘meu Deus do céu.’ Mas com medicação, como ele estava bem no início e era uma lesão de baixo grau, a gente conseguiu reverter”, contou.
Juliana enfrentou a doença com o apoio de amigos
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O tempo passou e Juliana voltou a viver na rotina. Em 2022, como já tinha passado algum anos desde o último câncer, ela resolveu passar pelo médico novamente. A confirmação mais temida foi dita no consultório: o câncer voltou.
O tratamento retomou. A cura veio. Tempos depois, o quinto diagnóstico do câncer de colo do útero foi comunicado novamente.
“Nós já marcamos a cirurgia e eu tive que fazer histerectomia parcial, tirei o útero e tirei as trompas. Eu continuo com os ovários por causa do hormônio e vida que segue. Fácil não é, a gente leva um choque. A primeira vez eu levei um choque assim muito grande, porque eu achei que eu ia morrer. E agora eu falo que nada mais me abala. Apareceu? Ok, vamos tratar”, ressaltou Juliana.
Apesar do medo, a esperança sempre foi um ponto forte de Juliana. A vida seguiu, entre tratamentos e cirurgias, com a parceria de amigos e de seus ‘filhos de quatro patas’.
Em 2024, entre os retornos corriqueiros, o médico informou que ela possui sete nódulos em uma das mamas. Todos benignos, mas que continuam sendo monitorados.
Juliana durante o tratamento do câncer no colo do útero ao lado de uma amiga
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Viver o hoje
Você pode estar se perguntando: como ela conseguiu enfrentar tudo isso? Juliana explica que foi baseado na fé que tem em Deus.
“Eu acho que Deus é a base de tudo e muitas vezes a gente enfrenta essas batalhas para tirar algum aprendizado. O que eu aprendi é viver o hoje, é não ter medo, é aproveitar os momentos. É abraçar, é beijar, é agradecer, é dizer um ’eu te amo’, ‘obrigada por estar comigo’”, enfatizou.
A Ju, como é chamada carinhosamente por muitos, aprendeu a viver o hoje. Apesar de enfrentar as batalhas da vida, a rotina continua. A esperança a motiva a aproveitar o presente.
“O que eu aprendi é viver a vida, viver hoje como se fosse o último dia. Eu tenho essa teoria de que eu vou morrer hoje, porque não tem amanhã. Porque se você dorme e você acorda amanhã, amanhã é hoje de novo. A gente tem que viver o hoje. Então, se eu quiser comer, eu vou comer. Igual, são 9h18, sabe o que eu estou comendo? Brigadeiro”, ressaltou ao g1.
A vergonha de compartilhar sua história de vida ficou no passado. Agora, Ju faz questão de levar seu testemunho de vida adiante e ajudar a quem precisa.
“Graças a Deus eu tenho essa oportunidade de ajudar algumas pessoas, seja com palavras, seja com com objetos, um alimento, uma roupa. Eu não tenho vergonha de pedir, eu peço as coisas para todo mundo para poder ajudar as pessoas. Ajudar os animais também. Os animais me tornaram assim, me ajudaram a me tornar uma pessoa muito melhor, a ver a vida com outros olhos, a ver detalhes que talvez eu não visse antes”, afirmou Martins.
Juliana Martins e seus cachorros que considera como seus companheiros
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Sem medo
Ao ser questionada sobre o que ela diria para quem enfrenta o câncer atualmente, Juliana incentiva a não ter medo.
“‘Ah, mas o câncer vai voltar?’ Quando? Amanhã? Não tem amanhã. Então eu vou viver o hoje, sem a ansiedade do que eu não sei quando vai acontecer e se vai acontecer. Deus é a base de tudo, então é somente crer, entregar nas mãos dele que ele vai fazer o melhor. E ele faz. E não tenha medo. Não tenha medo. A gente vai aprendendo a lidar com as adversidades e vendo que não é o fim do mundo, é quase, mas ainda não é não”, finalizou ao g1.
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