Acordo entre EUA, México e Canadá reforça posição de cautela do Brasil

Trump tem feito ameaças a parceiros comerciais para avançar em concessões. Sinal de alerta está na guerra entre China e Estados Unidos. O acordo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro do Candá, Justin Trudeau, reforça a posição de cautela do governo brasileiro ao lidar com o norte-americano. O recuo de Donald Trump, além disso, mostra, segundo assessores de Lula, que o presidente norte-americano faz ameaças para conquistar concessões.
A orientação da diplomacia brasileira já era evitar reagir com antecedência e esperar os movimentos de Trump para negociar nos bastidores. O acordo com os dois vizinhos indica o presidente dos Estados Unidos usa como estratégia a política do medo, de assustar a todos para tentar se impor. No caso do México e do Canadá, a política na base do grito funcionou porque os dois vizinhos dependem muitos dos Estados Unidos.

A dúvida agora reside em como Donald Trump irá tratar a China. Os chineses primeiro avisaram que vão recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio). Hoje, anunciou retaliações contra produtos importados dos Estados Unidos. Se Trump espera agora sentar para acertar um meio termo pode encontrar mais dificuldade. Afinal, a China depende muito menos dos Estados Unidos e não é dada a fazer concessões diante de ameaças.
Além disso, a China já está se preparando para reduzir suas relações comerciais com os Estados Unidos, expandindo seus negócios com outros países. A política protecionista de Donald Trump pode ser a oportunidade para os chineses aprofundarem mais essa estratégia. A União Europeia já fez esse alerta a Trump. Se ele insistir nessa guerra comercial, quem vai se dar bem é a China.

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