As mortes de sete membros da mesma família, após comer um arroz envenenado no primeiro dia do ano, em Parnaíba, no Litoral, ganhou novos desdobramentos nesta semana. Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas, foi presa na sexta-feira (31) por suspeita de participação nos crimes. O marido dela, Francisco de Assis Pereira da Costa, também está preso.
Além dos sete familiares, uma vizinha dos suspeitos também foi vítima da crueldade. Em depoimento à polícia civil, Maria dos Aflitos confessou ter usado terbufós, o mesmo veneno encontrado no baião de dois oferecido à família, para matar Maria Jocilene da Silva, de 32 anos.
Arroz envenenado foi servido na noite de Réveillon
Conforme revelado pelo Domingo Espetacular, nesse domingo (2), Maria dos Aflitos teria sido comparsa de Francisco e ajudado a envenenar os próprios filhos e netos, durante um almoço de família no dia 1º de janeiro. O alimento foi preparado no dia anterior e também servido na virada do ano.
“O senhor Francisco de Assis e a dona Maria dos Aflitos foram os últimos a ficarem acordados em casa e esse foi o momento mais oportuno de acrescentarem, dentro da panela do baião de dois, feito no dia anterior, o veneno”, explicou o delegado Abimael Silva.
Logo após as mortes, Maria chegou a declarar à polícia que alguém entrou na residência e envenenou a comida, mas os investigadores localizaram terbufós — composto usado na produção de inseticidas — em um armário na casa de Francisco. A substância foi localizada no alimento e no sangue das vítimas.
Marido da avó é suspeito de matar crianças em 2024
As mortes dos filhos e netos de Maria dos Aflitos fez com que a polícia reabrisse um caso de 2024, onde duas crianças morreram após comer cajus envenenados. As crianças eram filhos de Francisca Maria da Silva, de 32 anos, filha de Maria dos Afilhos.
A perícia encontrou vestígios de torbufós nas frutas, mesma substância existente nas amostras do arroz envenenado. Francisco, que foi preso em janeiro, negou ter cometido o crime. “O Assis utilizou um suco de pacote. Adicionou o veneno dentro desse suco e ofereceu às crianças”, explica o delegado.
Ao todo, sete pessoas da mesma família foram envenenadas por terbufós. São elas:
- Francisca Maria da Silva, de 32 anos;
- Maria Gabriela Silva, de 4 anos, filha de Francisca;
- Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses;
- Lauane da Silva, de 3 anos;
- Manoel Leandro da Silva, de 18 anos;
- Ulisses Gabriel, 7 anos;
- João Miguel Silva, de 8 anos.
Vizinha foi morta para despistar polícia
A prisão de Maria dos Aflitos foi decretada na sexta-feira (31), depois que a morte da vizinha, Maria Jocilene da Silva, foi confirmada por envenenamento. Ela ficou hospitalizada por algumas semanas, mas não resistiu às complicações da substância. Como Francisco já estava preso, a polícia começou a desconfiar de Maria.
“Os dois sempre tentaram desviar a atenção da polícia, culpando terceiros pelos fatos. Hoje, já sabemos que o resultado da dona Maria Jocilene, foi confirmada presença do mesmo veneno dos casos anteriores”, explicou o delegado Abimael Silva. Após a prisão, Maria dos Aflitos confessou o crime e disse que colocou terbufós, mesma substância do arroz envenenado, no café da vítima.
“Ela disse que tinha um envolvimento muito forte com Francisco de Assis e que ele convenceu ela que eles deveriam ficar sós, só os dois”, destacou o responsável pela investigação. O plano de Maria dos Aflitos e Francisco de Assis era matar toda a família com arroz envenenado.
“Você nunca vai acreditar que a sua própria mãe, ou seu padrasto, ou a sua namorada, vai colocar um veneno em um alimento, ou em uma bebida, e fornecer pra você. Isso foi o que facilitou muito essa série de homicídios que ocorreu”, finalizou o delegado.
*Com informações do R7.