Imagens de drone mostram implosão do que restou da ponte que desabou e matou 14 pessoas entre TO e MA


Estrutura entre Aguiarnópolis e Estreito (MA) foi destruída na tarde desta domingo. Detonação dos explosivos levou cerca de 15 segundos. Três vítimas do desabamento seguem desaparecidas. Imagens de drone mostram implosão de ponte entre TO e o MA
Os pilares que restaram da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Aguiarnópolis e Estreito (MA), foram implodidos neste domingo (2). Com um planejamento feito há semanas para garantir a segurança da população e das equipes, imagens aéreas feitas por drone registraram o momento exato que os explosivos foram acionados e levaram a estrutura ao chão.
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
O vão central da ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024. Ela ligava os estados do Tocantins e do Maranhão desde os anos de 1960. O acidente deixou 18 vítimas que estavam em dez veículos entre carros, motos, caminhonetes e carretas que caíram nas águas do Rio Tocantins. Os corpos de 14 pessoas foram retirados do rio, um homem foi resgatado com vida e três vítimas ainda estão desaparecidas.
De acordo com imagens da TV Anhanguera, é possível ver o momento exato que os explosivos derrubam a estrutura. O desabamento causou uma ‘cortina’ de poeira ao redor da ponte, que logo se dissipou. Finalizada a implosão, é possível ver as plataformas aos pedaços, espalhadas no perímetro onde estavam em pé, às margens do Rio Tocantins (assista acima).
Drone mostra momento de implosão da ponte
Antoniel Silva/TV Anhanguera
Foram usados 250 kg de explosivos em perfurações feitas na estrutura. Técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) monitoraram o procedimento que utiliza a técnica de calor intenso e explosivos. Eles foram instalados em cada uma das plataformas, sendo posteriormente ativados com uma diferença de 3 segundos. É possível ouvir o momento das explosões em cadeia nas imagens feitas pela reportagem. Todo o processo levou cerca de 15 segundos.
O procedimento exigiu a evacuação de uma área de segurança tanto do lado tocantinense como do maranhense. A Prefeitura de Aguiarnópolis, juntamente com a Defesa Civil, retiraram a população que mora na região uma hora antes da ação. A população foi autorizada a voltar 30 minutos após ser finalizada e implosão.
A etapa está dentro do cronograma para a construção da nova estrutura. O Consórcio Penedo – Neópolis, constituído pela Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada é responsável pela obra e tem o prazo para entrega de um ano.
Imagens de drone mostram o que restou da ponte após implosão
Reprodução/TV Anhanguera
LEIA TAMBÉM
Vídeo mostra implosão da estrutura que sobrou de ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão
Mais de 200 kg de explosivos e 15 segundos de ação: o que se sabe sobre a implosão da ponte entre TO e MA
Implosão do que restou da ponte que desabou entre Tocantins e Maranhão vai usar cerca de 250 kg de explosivos
Ponte que desabou foi construída em 1960, passou por reparos em 1998 e precisava de novas obras; veja histórico da estrutura
Relembre o desabamento
Pouco antes das 15h do dia 22 de dezembro a ponte JK cedeu. Pessoas que estavam nas proximidades conseguiram fazer vídeos do acidente. As condições da estrutura já era motivo de reclamação de autoridades e moradores tanto de Aguiarnópolis como de Estreito.
O vereador Elias Júnior (Republicanos), do lado tocantinense, estava fazendo um vídeo para denunciar a situação da ponte no momento em que ela cedeu. O parlamentar conseguiu filmar o momento que uma parte do asfalto cedeu por causa do rompimento do vão central.
Além dos veículos que caíram no rio, carros e caminhões acabaram ficando presos na estrutura. Quando o acidente completou um mês, em 22 de janeiro deste ano, os veículos começaram a ser retirados.
Um dos proprietários chegou a conseguir uma liminar na Justiça Federal para conseguir reaver o carro que ficou atravessado em um dos buracos da ponte.
Das 18 vítimas do desabamento, o único sobrevivente foi Jairo Silva Rodrigues. Ele foi encontrado ferido no rio logo após o colapso da estrutura. Além dele, os corpos de outras 14 pessoas foram localizados. Três pessoas estão desaparecidas.
Implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA)
Reprodução/TV Anhanguera
Carga perigosa no rio
Dos veículos que caíram no rio estavam carretas carregadas de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico. Os frascos das cargas perigosas não se romperam, segundo informações dos órgãos que monitoram a situação.
Nos primeiros dias, as buscas às vítimas chegaram as ser suspensas pelo risco que as cargas poderiam causar aos mergulhadores. Após avaliação da situação no fundo do rio com equipamentos da Marinha do Brasil, os mergulhos foram liberados e os corpos começaram a ser resgatados.
Sobre a retirada dos materiais agrotóxicos e ácido sulfúrico que ainda estão no fundo do rio, a empresa que é responsável pelos produtos contrataram outras empresas especializadas nessa área para coordenar as ações de retirada.
Em janeiro, com a cheia do Rio Tocantins por causa das chuvas foi preciso interromper as buscas submersas, que seguem suspensas. O aumento no nível do rio também levou à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, segundo a Marinha do Brasil. Por causa da cheia no rio, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que o material só poderá ser retirado a partir de abril.
Travessia por barcos
As movimentações dos governos estadual e federal para arrumar soluções para travessia entre os estados começou em dezembro. Foram anunciadas pelo menos duas datas sobre a possível travessia de veículos por balsa. Entretanto, atualmente, barcos contratados por iniciativa do governo estadual fazem a travessia de pedestres entre Aguiarnópolis e Estreito.
O DNIT chegou a anunciar a contratação da empresa Pipes Empreendimentos LTDA no valor de R$ 6.405.001,97. Mas a dispensa de licitação para contratação foi revogada porque houve descumprimento das obrigações contratuais por parte da Pipes, informou o departamento.
Enquanto a autarquia ligado ao Ministério dos Transportes não contrata outra empresa, a LN Moraes Logística LTDA foi autorizada a realizar o serviço de travessia por balsa no local pela Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq). A medida foi publicada no Diário Oficial da União no dia 21 de janeiro. Esse serviço deverá ter cobrança à população.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Francisco Sirianno/Grupo Mirante
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.