O Pentágono, de onde o governo de Donald Trump decidiu retirar vários veículos de imprensa, após anúncio feito na sexta-feira (31), é o núcleo da defesa norte-americana. Envolto por um certo glamour e mistérios, é o símbolo do poder nacional. Tanto que foi um dos alvos dos ataques de 11/9.
O que poucos sabem é que, por exemplo, ele foi construído para ser temporário. E virou um ícone.
O terreno do Pentágono foi de uma extensa propriedade do general Robert E. Lee. O governo federal o confiscou durante a Guerra Civil (1861-1865), mas o conceito e a construção do edifício só aconteceram várias décadas depois.
Veja abaixo curiosidades retiradas do site oficial dessa fortaleza de concreto de mais de 4 milhões de metros quadrados, que representa em parte o sonho americano.
Era para ser temporário
O Pentágono foi ideia do brigadeiro-general do Exército Brehon B. Sommervell, que, no início da década de 1940, o lançou como uma solução temporária para a escassez crítica de espaço do então Departamento de Guerra, pois a ameaça de ingressar na Segunda Guerra Mundial se tornou iminente.
O plano foi aprovado e, em 11 de setembro de 1941 – exatos 60 anos antes do ataques de 11 de setembro – a construção começou. Cerca de 1.1 milhão de metros quadrados de terra foram designados para o edifício, que deveria ser transformado em um hospital, escritório ou armazém quando a Segunda Guerra Mundial acabasse.
Por que fazer um formato de pentágono?
A lógica por trás disso era bem simples — o local designado para construção era delimitado por cinco estradas, então os desenvolvedores decidiram ir com um edifício de cinco lados. Naturalmente, eles o chamaram de Pentágono. Uma quantidade incrível de trabalhadores e materiais o uniram. O terreno e o edifício foram erguidos em impressionantes 16 meses. O edifício foi oficialmente concluído em janeiro de 1943, graças à ajuda de 1.000 arquitetos e 14.000 comerciantes que trabalharam em três turnos 24 horas por dia.
Uma quantidade impressionante de materiais também foi necessária, incluindo:
- 435.000 jardas de concreto,
- 43.000 toneladas de aço,
- 680.000 toneladas de areia e cascalho.
Os primeiros inquilinos se mudaram para o prédio em abril de 1942, vários meses antes de o prédio ser concluído.
Necessidades temporárias rapidamente se tornaram permanentes.
No auge da Segunda Guerra Mundial, o Pentágono abrigava mais de 33.000 pessoas, e seu valor superou as expectativas. As autoridades descobriram que, de fato, precisavam manter uma força militar tão grande ativa depois que a guerra acabasse. Então, em vez de transformar o prédio em outra coisa, ele permaneceu como o centro de comando militar.
Hoje em dia, abriga o Gabinete do Secretário de Defesa, o Estado-Maior Conjunto e os mais altos escalões do Exército, Marinha, Corpo de Fuzileiros Navais e Força Aérea. Em 1992, o prédio foi designado um Marco Histórico Nacional.
Vidas salvas em 11/9
As reformas em andamento provavelmente salvaram vidas no 11 de setembro. Em 11 de setembro de 2001, a sensação de segurança da nação foi destruída quando terroristas sequestraram aviões comerciais e os lançaram contra o World Trade Center da cidade de Nova York, em um campo na Pensilvânia rural e no símbolo do poderio militar da nação.
O voo 77 da American Airlines caiu no lado oeste do Pentágono, penetrando três de seus cinco anéis e matando 184 pessoas. Felizmente, vários escritórios naquela área não estavam ocupados por causa das reformas em andamento. Na verdade, uma das seções tinha acabado de receber atualizações que melhoraram os recursos de segurança, incluindo paredes e janelas com maior resistência a explosões. Uma análise inicial após os ataques sugeriu que isso ajudou a salvar muitas vidas.
As reformas pós-11 de setembro continuaram por uma década. A equipe que trabalhava nessas reformas iniciais foi encarregada de reconstruir as partes danificadas. O esforço de reconstrução foi apelidado de Projeto Phoenix e custou US$ 500 milhões. Em 15 de agosto de 2002 — menos de um ano depois — os primeiros inquilinos cujos escritórios foram danificados começaram a retornar, embora as reformas não estivessem nem perto de serem concluídas.
Além da reconstrução, uma inauguração para um memorial em homenagem às vidas dos 184 mortos no Pentágono em 11 de setembro começou em 15 de junho de 2006. O memorial, que foi inaugurado em 11 de setembro de 2008, fica em um terreno de dois acres no lado sudoeste do edifício, próximo ao local onde o avião atingiu naquele dia fatídico.
Mesmo antes dos ataques terroristas, as reformas foram consideradas um empreendimento gigantesco, que incluía: remoção de todos os materiais perigosos, substituição de todos os sistemas do edifício, adição de novos elevadores e escadas rolantes para melhorar a circulação vertical, instalação de novos sistemas de segurança e telecomunicações para corresponder aos tempos, integração de medidas de design sustentável e iniciativas de proteção de força motivadas pelos ataques de 11 de setembro.
Luzes de alta eficiência, placas de gesso reciclado e carpetes de conteúdo reciclado foram instalados, e 90 por cento de todo o concreto e metal usados foram desviados de aterros sanitários. De acordo com historiadores do Pentágono, 40.000 funcionários tiveram que ser realocados durante as várias fases do projeto, que ocorreram da seguinte forma:
Cada cunha foi quebrada em 10.000 pés quadrados; encanadores, eletricistas e outros comerciantes tiveram cinco dias para concluir suas tarefas antes de passar para a próxima seção de 10.000 pés quadrados. A primeira seção foi concluída em 26 semanas para acomodar um cronograma estabelecido pelo Congresso.
Com informações do site oficial do Pentágono