Desastre aéreo em Washington ocorre em um dos espaços aéreos mais vigiados do mundo e intriga especialistas


O local do acidente fica a apenas um quilômetro e meio do Pentágono e a seis quilômetros e meio do Capitólio e da Casa Branca, onde estava o presidente Donald Trump. Veja onde aconteceu colisão entre entre avião e helicóptero e como funciona espaço aéreo de Washington
O grau de vigilância do espaço aéreo de Washington torna desastre aéreo ainda mais intrigante.
A região é uma das mais desafiadoras para pilotos no mundo. O Aeroporto Ronald Reagan fica às margens do rio Potomac.
O local do acidente fica a apenas um quilômetro e meio do Pentágono, o coração das operações militares americanas e a seis quilômetros e meio do Capitólio, onde trabalham os deputados e senadores e da Casa Branca, onde estava o presidente Donald Trump.
Desastre aéreo em Washington: veja proximidade do local do acidente com Pentágono, Casa Branca e Capitólio
Reprodução/TV Globo
Outras cidades americanas como Nova York, Atlanta e Chicago têm tráfego aéreo mais intenso. Mas a capital Washington tem três aeroportos comerciais.
Além do Ronald Reagan, o Washington Dulles e o Baltimore/Washington. A base aérea militar mais próxima do acidente é Fort Myer, que fica em Arlington. Toda essa região é classificada como zona de restrição de tráfego aéreo. Por estar perto do Pentágono e de áreas militares, a dança dos aviões no ar se torna ainda mais complexa.
Eles podem voar, mas não podem se aproximar de vários locais importantes para a política americana, precisam seguir rotas específicas e obedecer a ordens do governo.
O presidente, por exemplo, tem prioridade quando decola no Air Force One ou no helicóptero presidencial. Há também visitas frequentes de políticos importantes e autoridades estrangeiras. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, as restrições ficaram ainda mais severas. Em um dos lugares mais vigiados do mundo, o acidente parece ainda mais improvável.
O local da colisão é rota normal de voos comerciais que vão pousar no Aeroporto Ronald Reagan. E a rota em cima do rio é de tráfego intenso de helicópteros, tanto militares quanto comerciais.
Fábio Andrade é especialista em aviação, responsável por protocolos de segurança para várias companhias aéreas americanas. Ele diz que o tráfego lá é constante dia e noite.
“Então todos os pilotos são treinados sabendo que há ali operações militares. Mas que tudo é controlado pela torre”, afirma o especialista.
O grau de vigilância do espaço aéreo de Washington torna desastre aéreo ainda mais intrigante
Reprodução/TV Globo
De acordo com o jornal The New York Times, que teve acesso a um relatório da Administração Federal de Aviação havia só um controlador trabalhando naquele momento. Era ele quem passava as mensagens tanto pros helicópteros quanto pros aviões. Geralmente são duas pessoas que fazem isso. Mas há anos falta gente para trabalhar nas torres – e dinheiro para contratar mais gente.
O especialista em aviação Richard Levy diz que isso não deve ter contribuído para esse acidente. Uma vez que a mensagem da torre chegou ao piloto do helicóptero. E ele confirmou que recebeu a instrução.
Andrade afirma que o helicóptero tem uma janela muito maior de manobra, mas que não acredita que isso poderia ter evitado a colisão. Ele explica que havia outro avião que iria pousar logo depois do voo da American Airlines. E que há a possibilidade de que o piloto do helicóptero tenha olhado para o outro avião e achado que era dele que deveria desviar. Por isso, teria sido pego de surpresa quando se chocou contra o avião que estava bem na sua frente.
Não foi a primeira tragédia no Potomac. Em 1982, um avião bateu numa ponte e caiu no rio. Cinco sobreviventes foram resgatados do meio da água e do gelo. 74 pessoas que estavam a bordo morreram, além de quarto que estavam em carros atingidos pelos destroços.
Em fevereiro de 2009, um avião se chocou contra uma casa na cidade de Buffalo, no norte do estado de Nova York. 49 pessoas que estavam a bordo morreram e uma que estava dentro da casa também.
Em novembro de 2001, um voo da American Airlines se chocou contra uma vizinhança do distrito do Queens, em Nova York. 260 pessoas que estavam a bordo e cinco que estavam em solo morreram. Foi o acidente mais fatal da aviação americana.
Autoridades dizem que o espaço aéreo americano é o mais seguro do mundo, com quase três milhões de passageiros por dia. Para Andrade, um acidente como esse não se repetirá. Porque as investigações vão mostrar de quem foi o erro e novos protocolos serão adotados para corrigir e garantir a segurança do espaço aéreo.
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