Esquema de emissão de diplomas falsos gerou prejuízo de mais de R$ 2 milhões para professores na PB, diz polícia


Além do prejuízo financeiro, vários professores perderam os empregos por terem diplomas emitidos de forma fraudulenta. A empresa ESL Centro Educacional foi alvo da investigação
TV Cabo Branco/reprodução
O esquema criminoso que ofertava cursos fraudulentos de mestrado e doutorado em educação com a expedição de diplomas falsos gerou um prejuízo de mais de R$ 2,4 milhões às vítimas. De acordo com a investigação da Polícia Civil, cerca de 80 professores paraibanos foram vítimas do golpe, mas acredita-se que o número seja maior, considerando que a empresa tem atuação no mercado há mais de 10 anos.
Entre as despesas do curso arcadas pelas vítimas, estavam o pagamento das mensalidades, bancas examinadoras, processo de revalidação e outros custos, todos de cursos sem nenhuma validade jurídica. Segundo informações da Polícia Civil, alguns professores que foram vítimas do esquema de emissão de diplomas falsos foram dispensados das funções que ocupavam em redes de ensino municipais e também do Estado da Paraíba.
Entre as vítimas afetadas, estão professores que trabalhavam nas prefeituras de Barra de Santa Rosa, Damião, Cuité, Picuí, Sossego, Nova Palmeira, Pedra Lavrada e Frei Martinho.
A TV Paraíba entrou em contato com a defesa da empresa ESL Centro Educacional, alvo da investigação. A defesa disse que ainda está se familiarizando com os detalhes do caso e, assim que possível, emitirá uma nota oficial.
De acordo com o delegado Paulo Ênio, superintendente da Polícia Civil na região de Campina Grande, as demissões foram medidas cautelares e os materiais que foram apreendidos durante a ação policial de busca e apreensão na empresa alvo da investigação, serão analisados de forma minuciosa. Além disso, ele chama atenção para detalhes para os quais é preciso se atentar na hora de escolher um curso de pós-graduação.
Materiais de outras universidades que eram utilizados na venda dos cursos falsos
TV Cabo Branco/reprodução
“Tudo o que foi apreendido no dia de hoje será analisado pela Polícia Civil. Vale ressaltar que o processo de uma pós-graduação stricto sensu, como mestrado e doutorado, tem um trâmite que precisa ser seguido. São convênios que são feitos por universidades locais brasileiras, se houver a utilização de uma marca estrangeira, de uma instituição de ensino estrangeira tem que ter esse convênio e também essa regularidade com o MEC”, explica o superintendente.
Segundo o delegado Iasley Almeida, que comanda a investigação, a empresa atraía as vítimas com a oferta de mestrados e doutorados que seriam realizados fora do país, em uma universidade do Paraguai. O golpe prometia levar as vítimas para realizarem a pós-graduação no Paraguai, mas ao final do contrato, os cursos eram realizados virtualmente e ministrados por pessoas ligadas à instituição apontada como falsificadora.
Esquema de venda de cursos e emissão de diplomas falsos
Universidades usadas para aplicar golpe
Ainda segundo o superintendente da Polícia Civil, nomes de universidades brasileiras eram utilizadas no processo de revalidação para uma suposta universidade do Paraguai que tinha cursos ofertados no esquema criminoso. A Polícia disse que essas instituições informaram que não tinham conhecimento da situação. Essas universidades tiveram diplomas falsos emitidos em seus nomes.
Na investigação, além dos mandados de busca domiciliar, o juiz da 3ª Vara Regional de Garantias do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) também decretou o sequestro de bens e valores até somar o montante do prejuízo indicado. Também foram aplicadas diversas medidas cautelares da prisão, como a entrega do passaporte dos investigados e a suspensão das atividades econômicas das empresas investigadas.
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