O Brasil possui cerca de duas mil espécies de pássaros espalhadas por seu território e diferentes biomas, como Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Entretanto, por conta da interferência dos seres humanos em seu habitat, o país conta com algumas aves ameaçadas de extinção, preocupando cientistas e pesquisadores de todo o mundo.
Conheça cinco espécies de aves ameaçadas de extinção no Brasil – Foto: Reprodução/ND
Aves ameaçadas de extinção no Brasil
Embora a imensa variedade de espécies chame a atenção, a conservação de muitos desses animais é motivo de preocupação e alerta para autoridades brasileiras.
Em agosto de 2023, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) lançou a plataforma Salve, que reúne informações sobre a fauna brasileira.
Nos dados apresentados, cerca de 1.200 espécies de animais estão em perigo de extinção no Brasil, sendo que cinco aves se destacam na lista. Conheça um pouco mais sobre elas.
Papagaio-de-peito-roxo
Segundo a National Geographic, a população de papagaio-de-peito-roxo está distribuída da Bahia ao Rio Grande do Sul. Mesmo com uma grande área de distribuição, não significa que a espécie esteja livre de ameaças.
População de papagaio-de-peito-roxo está distribuída da Bahia ao Rio Grande do Sul – Foto: Reprodução/ND
O ICMBio afirma que, em mais de três décadas, houve um declínio populacional de 21%, fazendo com que seja classificada como vulnerável. A espécie encontra-se ameaçada principalmente devido à caça de contrabando e à destruição de seu habitat.
Atualmente, estima-se que existam cerca de 3.042 indivíduos saudáveis em território brasileiro. A ave também pode ser encontrada no Paraguai e na Argentina.
Araçari-de-pescoço-vermelho
O Pteroglossus bitorquatus bitorquatus, conhecido como araçari-de-pescoço-vermelho, é uma ave endêmica de uma pequena área entre os estados do Pará e do Maranhão.
Espécie araçari-de-pescoço-vermelho está ameaçada de extinção pela interferência humana – Foto: Reprodução/ND
O animal está classificado como vulnerável e enfrentando ameaças como desmatamento, degradação e fragmentação florestal, causadas por queimadas e pela interferência humana.
A área onde o araçari-de-pescoço-vermelho vive já perdeu cerca de 70% da sua cobertura vegetal original, causando uma diminuição preocupante da espécie e inserindo-a na lista de aves ameaçadas de extinção.
Arara-azul-de-lear
Classificada como “em perigo”, com apenas 244 indivíduos saudáveis da espécie, a arara-azul-de-lear é endêmica do nordeste da Bahia.
Arara-azul-de-lear é classificada em estado de perigo de extinção – Foto: Reprodução/ND
As ameaças à sobrevivência da espécie estão ligadas à perda de habitat, ação de proprietários de plantações de milho e tráfico de animais silvestres. A arara-azul-de-lear é apontada como uma das espécies mais cobiçadas no mercado clandestino.
Segundo a National Geographic, existem relatos dessas aves sendo vendidas e apreendidas em outros países, como México, Reino Unido e Portugal. Esse é um dos fatores determinantes para a espécie estar na lista de aves ameaçadas de extinção.
Sabiá-castanho
Enfrentando um declínio populacional pela perda de habitat, o sabiá-castanho é outra espécie ameaçada do Brasil.
Também classificada como “em perigo”, a principal razão para a destruição da sua área natural é a expansão agrícola.
O habitat do sabiá-castanho foi diminuído pela expansão agrícola – Foto: Reprodução/ND
No Brasil, esse pássaro pode ser encontrado em uma pequena porção da Mata Atlântica nos estados do Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais.
A espécie é considerada sensível a qualquer alteração ambiental, além de necessitar de florestas preservadas para sua vivência, o que poderá torná-la ainda mais vulnerável com o passar dos anos.
Pica-pau-amarelo
Conhecido popularmente pelo nome de “pica-pau-amarelo”, o Celeus flavus subflavus é uma ave ameaçada de extinção, que se encontra “criticamente em perigo” pelo ICMBio.
O pica-pau-amarelo é uma das aves ameaçadas de extinção que mais preocupam os pesquisadores – Foto: Reprodução/ND
Sua população atual está restrita a três localidades na Bahia (regiões de Belmonte, Camacan e Prado) e uma no Espírito Santo (Linhares), com estimativa de ter entre 100 e 250 indivíduos saudáveis.
Esse exemplar de pica-pau habita florestas úmidas, próximas à água. As principais ameaças são o desmatamento, a queimada e o plantio de pastagens em seu habitat natural.