Como funcionam novas câmeras corporais da PM de SP, que são testadas em São José dos Campos


Início dos testes acontece nesta quarta-feira (29), com 120 das novas 12 mil câmeras compradas pelo Governo de São Paulo. Governo de SP testa novas câmeras corporais da PM, em São José dos Campos
Reprodução/TV Vanguarda
As novas câmeras corporais que serão usadas pelos policiais militares de São Paulo entraram em fase de testes nesta quarta-feira (29). A operação para verificar a eficácia dos equipamentos acontece em São José dos Campos, em operações reais após testes internos, e deve seguir até março.
Neste período, serão testadas 120 das 12 mil câmeras compradas da Motorola, empresa que fornece o novo equipamento por ter vencido a licitação do governo estadual em setembro do ano passado.
“Hoje os policiais já estão nas ruas com o novo sistema de câmeras, já com toda a parte operacional, desde quando ele passa para retirar o equipamento, e como funcionará em todo o estado de São Paulo”, afirmou o governador em exercício Felício Ramuth (PSD).
“Foi feita toda uma preparação técnica do aparelho. Como treinamento aos policiais, mostramos as funções que a câmera vai exercer, as possibilidades, como nós podemos acionar via supervisão e como as imagens serão mantidas para resguarda da população, do policial, do judiciário”, explica o comandante da Polícia Militar no Vale do Paraíba, Coronel Luiz Fernando Alves.
De acordo com o governo, a operação acontece no 1º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), pois a unidade, que fica em São José dos Campos, não atua com nenhuma das 10.125 câmeras do contrato atual, que serão mantidas.
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Novas câmeras corporais da PM em testes na região
Como funcionam as novas câmeras?
A operação assistida – como o Governo de SP tem chamado essa fase de testes das novas câmeras -, nesta quarta-feira (29), começou com a realização de uma coletiva de imprensa que teve a participação do comando da Polícia Militar e de Felício Ramuth (PSD).
Segundo a PM, as novas câmeras têm funcionamento diferente das mais de 10 mil que são usadas atualmente pelos policiais do estado.
Diferente dos equipamentos usados atualmente, que gravam todo o trabalho da polícia, initerruptamente e sem que os agentes consigam desligá-los, as câmeras novas precisam ter a gravação acionada. Caso os policiais não acionem a gravação, o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) consegue acioná-la, mesmo à distância.
“Ela tem algumas possibilidades de gravação. Pelo acionamento do policial, da supervisão do nosso Copom ao pegar a ocorrência ou até mesmo dos oficiais e demais policiais que exercem função de comando”, disse o comandante Alves.
“Ele (o policial) vai acionar no momento que precisar ou podendo ser acionada automaticamente, tanto pelo Copom como pela supervisão. Aumenta a nossa condição de ter a imagem de uma operação, de uma ocorrência. Facilita a ação do policial que está em situação de risco e pode acionar essa câmera que vai servir futuramente de prova para uma ocorrência e apresentação no judiciário.”
Copom da Polícia Militar em São José dos Campos
Reprodução/TV Vanguarda
Outra novidade é que, assim, que a gravação é acionada, ela recupera e salva as imagens de até 90 segundos antes do acionamento.
“Ao acionar, ela tem uma situação de pré-buffer. Ela retroage 90 segundos, pegando tanto o áudio como o vídeo daquela situação. Então numa situação de emergência, o policial aciona o Copom e ele também pode acionar a câmera remotamente”, completou o comandante da PM.
A operação assistida seguirá até 21 de março, quando o governo vai entregar um relatório sobre os testes ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em dezembro, o STF estabeleceu regras para o uso das câmeras corporais pela PM em São Paulo:
em operações de “grande envergadura” para restauração da ordem pública
operações que incluam entradas em comunidades vulneráveis
em operações que sejam deflagradas para responder a ataques praticados contra policiais militares
Além disso, determinou que os equipamentos devem ser estrategicamente distribuídos para regiões com maior índice de letalidade policial.
“Agora tudo isso tem que ser acompanhado de acordo com a implementação, até porque hoje existe também o acompanhamento do STF e o Governo do Estado de SP quer cumprir rigorosamente aquilo que foi determinado pelo ministro Barroso”, disse Ramuth.
O serviço das novas câmeras vai custar R$ 52 milhões por ano. Atualmente, o estado de São Paulo conta com cerca de 80 mil policiais militares.
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